ATA
DA VIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA
QUINTA LEGISLATURA, EM 23-3-2009.
Aos
vinte e três dias do mês de março do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores DJ Cassiá,
Dr. Raul, Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, João Pancinha, Juliana
Brizola, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta,
Reginaldo Pujol e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o Senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os Vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal,
Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Marcello Chiodo, Mario Manfro, Mauro Zacher,
Nilo Santos, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À
MESA, foram encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Resolução nº 008/09
(Processo nº 1235/09); pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 036/09 (Processo nº 0917/09) e o Projeto de Resolução nº 005/09
(Processo nº 1011/09); pelo Vereador Nelcir Tessaro, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 035/09 (Processo nº 0914/09); pelo Vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Lei do Legislativo nº 011/09 (Processo
nº 0627/09); pelo Vereador Waldir Canal, os Projetos de Lei do Legislativo nos
025, 028 e 029/09 (Processos nos 0852, 0855 e 0856/09, respectivamente).
Também, foi apregoado o Ofício nº 186/09, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre, encaminhando o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/09
(Processo nº 1408/09). Na ocasião,
foram apregoados os seguintes Memorandos, de autoria do Vereador Engenheiro
Comassetto, deferidos pelo Senhor Presidente: de nº 025/09, solicitando
alteração no período de representação externa de Sua Excelência apregoada na
Décima Oitava Sessão Ordinária, em visita à primeira fábrica brasileira de
veículos leves sobre trilhos, no Município de Juazeiro do Norte – CE –, o qual
passa a ser do dia dezessete ao dia dezenove de março do corrente; de nº
026/09, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo,
no período do dia vinte e quatro ao dia vinte e seis de março do corrente, em
reuniões do Conselho das Cidades, em Brasília – DF. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 10161521, 10162222 e 10163449/09, do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, em face da Licença para
Tratar de Interesses Particulares do Vereador Tarciso Flecha Negra, aprovada na Décima Oitava Sessão Ordinária, o Senhor
Presidente declarou empossado na vereança o Suplente Luciano Marcantônio, após
a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do
compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua
Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Após,
o Senhor Presidente registrou as presenças, neste Legislativo, dos Senhores
Alexandre Appel, Vice-Presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos
Direitos do Consumidor – CONDECON –; e Omar Ferri Júnior, Coordenador do
Serviço de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor – PROCON/PMPA –; do
Desembargador Francisco José Moesch, membro do Conselho Consultivo do Instituto
Brasileiro de Política e Direito do Consumidor – BRASILCON –, e do Vereador
Braz Assis Behnck, Presidente da Câmara Municipal de Boa Vista – RR –,
convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em
TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Alexandre Appel, que discorreu sobre o transcurso,
em quinze de março, do Dia Internacional de Defesa do Consumidor, analisando ações
e políticas de defesa do consumidor implementadas no Município. Na ocasião, nos
termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Carlos Nedel, Nelcir
Tessaro, Ervino Besson, Dr. Raul, Luiz Braz, Airto Ferronato, Maria Celeste,
Valter Nagelstein e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e
quatro minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoado Requerimento
de autoria do Vereador Mario Manfro, solicitando Licença para Tratamento de
Saúde no dia de hoje. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra
ao Vereador Luciano Marcantônio, que se pronunciou nos termos do § 8º do artigo
12 do Regimento. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o Vereador Mauro Pinheiro.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Alceu Brasinha, Sofia
Cavedon e Luiz Braz. Na oportunidade, a Vereadora Sofia Cavedon e o Vereador
Luiz Braz manifestaram-se acerca do pronunciamento do Vereador Luiz Braz, em
Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os Vereadores Dr. Thiago Duarte, Reginaldo Pujol e João Antonio Dib e a Vereadora Fernanda
Melchionna. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo
Governo, pronunciou-se o Vereador Valter Nagelstein. A seguir, constatada a
existência de quórum, foi iniciada a ORDEM
DO DIA e aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Juliana
Brizola, solicitando a retirada do Requerimento nº 024/09 (Processo nº 0768/09)
da ordem priorizada para apreciação de matérias pelos Senhores Vereadores na
presente Sessão Ordinária. Em prosseguimento, foram aprovados Requerimentos de
autoria do Vereador Sebastião Melo, solicitando o adiamento, por cinco Sessões,
da discussão dos Projetos de Resolução nos 088 e 085/07 (Processos nos
9780 e 9050/07, respectivamente). Ainda, foi apregoada a Emenda nº 03, de
autoria da Vereadora Fernanda Melchionna,
Vice-Líder da Bancada do PSOL, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08
(Processo nº 5002/08). Também, foi aprovado Requerimento de autoria da
Vereadora Fernanda
Melchionna, solicitando que a Emenda nº
03, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, fosse dispensada do
envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em continuidade, foi apregoado
Requerimento de autoria do Vereador Paulinho Ruben Berta, solicitando Licença para Tratamento de Saúde do dia
vinte e quatro ao dia trinta e um de março do corrente. Em Discussão Geral e
Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 038/08, após ser
encaminhado à votação pelos Vereadores Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein. Em
Votação, foi aprovado o Requerimento nº 030/09, por vinte e dois votos SIM,
dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores
Reginaldo Pujol e Aldacir José Oliboni, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Reginaldo Pujol, tendo votado Sim os Vereadores Airto Ferronato, Alceu
Brasinha, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr.
Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda
Melchionna, João Pancinha, Juliana Brizola, Luciano Marcantônio, Maria Celeste,
Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Toni Proença, Valter
Nagelstein e Waldir Canal, votado Não os Vereadores Luiz Braz e Reginaldo
Pujol, este com Declaração de Voto, e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio
Dib. Em Discussão Geral e Votação, esteve
o Projeto de Lei do Legislativo nº 211/08, o qual, após ser discutido pela
Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Nilo Santos e Engenheiro Comassetto,
teve sua apreciação suspensa, em face da inexistência de quórum. Às dezesseis
horas e quarenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, em
verificação solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelo Vereador Toni Proença e Nelcir Tessaro e secretariados pelo
Vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Quero registrar a presença do Ver. Braz Assis Behnck, Presidente da Câmara
Municipal de Boa Vista, Roraima, e o convido para compor a Mesa. (Palmas.)
Em virtude da Licença para Tratar de
Interesses Particulares, o Ver. Luciano
Marcantônio
assumirá no lugar do Ver. Tarciso Flecha Negra. Solicito ao Ver. Luciano Marcantônio que entregue
seu Diploma e a Declaração de Bens a esta Mesa.
(Procede-se à entrega do Diploma e da
Declaração de Bens.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Solicito que os presentes, em pé, ouçam o
compromisso que o Ver. Luciano
Marcantônio
prestará a seguir.
O
SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: "Prometo
cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia
municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido
pelo povo". (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Declaro empossado o
Suplente, Ver.
Luciano Marcantônio. O nome de V. Exª já está aqui consignado, Luciano Marcantônio - V. Exª integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude.
Passamos à
Registro
a presença do Desembargador Francisco José Moesch, e do Sr. Omar Ferri Júnior,
Coordenador do Procon de Porto Alegre.
O Sr. Alexandre Appel, representando o Conselho
Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor de Porto Alegre, está
com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto
relativo à defesa dos direitos do consumidor de Porto Alegre.
O
SR. ALEXANDRE APPEL: Exmo
Presidente, Ver. Toni Proença, cumprimentando V. Exª, cumprimento todos os
demais Vereadores; Exmo Desembargador Francisco Moesch, do Tribunal
de Justiça; Dr. Omar Ferri Júnior, Diretor do Procon Porto Alegre; Exmo
Dr. Alcebíades Santini, Presidente do Fórum de Defesa do Consumidor do Rio
Grande do Sul. É uma alegria estar nesta Casa prestando uma homenagem ao nosso
Procon Municipal.
Senhores
e senhoras, o primeiro movimento que despertou a consciência das pessoas sobre
a importância da relação de consumo aconteceu em 15 de março de 1962, quando o
então Presidente dos Estados Unidos, John Kennedy, declarou os quatros direitos
fundamentais do consumidor, em discurso ao Congresso americano. Muita gente
cita isso, mas não cita os quatros direitos, e eu vou citá-los: direito à
segurança, direito à informação, direito à opção e direito de ser ouvido.
No
Brasil, senhores e senhoras, a proteção dos direitos do consumidor ganhou força
com a Constituição Federal de 1988, que citava explicitamente essa questão. O
grande passo, entretanto, aconteceu há 18 anos, com a sanção do Código de
Defesa do Consumidor - considerado um dos mais completos e modernos do mundo e
que completou seus 18 anos de entrada em vigor agora no dia 15 de março.
No
Rio Grande do Sul, a legislação estadual somente foi criada em 1997, através da
Lei nº 10.913, por iniciativa do então Governador Antonio Brito, ou seja, sete
anos depois da entrada em vigor do Código de Defesa do Consumidor. A Lei criou
o Procon Estadual, o Conselho Estadual de Defesa do Consumidor e o Fundo
Estadual de Direitos Difusos. Posteriormente, em 9 de setembro de 1998, com
Vicente Bogo, no exercício do cargo de Governador do Rio Grande do Sul, essa
Lei foi regulamentada através do Decreto nº 38.864.
Desembargador,
no dia em que esse Decreto foi assinado pelo Governador em exercício, Vicente
Bogo, era meio-dia, e os sinos da Catedral tocaram marcando o horário. E o
Governador me disse: “Que bom, Appel, se nós não precisássemos de legislação
protetiva” - se todo o mundo, Dr. Ferri, respeitasse os direitos do consumidor.
Marcou
muito esse momento, meu querido Ver. Haroldo de Souza. Era meio-dia, Ver. Dr.
Raul, quando ele assinava o Decreto, e os Sinos da Catedral tocavam, Ver.
Valter Nagelstein. Foi um momento muito bonito!
Eu
atribuo, senhoras e senhores, o incrível número de ações na Justiça do Rio
Grande do Sul, envolvendo as relações de consumo em parte pela falta de
estrutura adequada do nosso Procon estadual, Desembargador, que, por duas
vezes, tive a missão de dirigir. Esse importante órgão, muito bem estruturado
em vários Estados, no Rio Grande do Sul sequer um quadro de pessoal próprio
possui, além do fato de que, sob o meu ponto de vista, encontra-se na
Secretaria errada; deveria estar ligado à área de Segurança.
Estamos
aqui para comemorar os 18 anos do Código, e o presente que o Prefeito Fogaça
deu à Capital do nosso Estado, o Procon Porto Alegre, inaugurado em fevereiro
do ano passado. O Procon Porto Alegre, estruturado pelo Secretário Idenir
Cecchim e pelo Dr. Omar Ferri Júnior - presente na Mesa -, que o dirige, é um
modelo de eficiência e de resolutividade: em apenas um ano de atividades, já
contabiliza mais de 30 mil atendimentos. E o nosso Procon, como apregoa a Lei
Federal, o Código de Defesa do Consumidor, não se constitui apenas num balcão
de reclamações e denúncias; exerce a tarefa de educar tanto fornecedores quanto
consumidores. Seguindo essa meta, foram entregues à população 20 mil
exemplares do Manual do Lojista e 60 mil do Manual do Consumidor Consciente.
Implantado para ensinar esses mesmos direitos e deveres a crianças e
adolescentes, o Projeto Educação para o Consumo, desenvolvido pelo Procon Porto
Alegre, no segundo semestre do ano passado, junto à rede de escolas públicas da
Capital, deu mais de 50 palestras, para centenas de alunos. Durante as
exposições são distribuídas cartilhas chamadas “Pequenos consumidores” - o
Código de Defesa do Consumidor, Ver. Braz, para crianças -, de autoria da Drª
Eunice Casagrande.
Pelos
anos de estudo, senhoras e senhores, e pela troca de idéias do Sistema Nacional
de Defesa do Consumidor, coordenado pelo Ministério da Justiça, nas centenas de
palestras que eu tenho proferido, Dr. Santini, por este País afora, e na
própria observação do cotidiano, meu Presidente Toni Proença, cada vez mais eu
acredito na importância que os direitos do consumidor têm na vida de todos nós.
Nós vivemos numa sociedade globalizada, capitalista, na qual bens e serviços
são oferecidos às pessoas que necessitam adquiri-los para consumo próprio ou de
suas famílias. É importante observar que as relações contratuais entre
fornecedores e consumidores permitem a esses o acesso a bens de natureza
essencial, como a telefonia, a energia elétrica, a educação, o vestuário, e
mesmo vital, como a água, a alimentação, medicamentos, para a sua dignidade
humana. Devemos atentar para o fato de que o Estado é chamado a garantir a
dignidade das pessoas. Isso está no art. 1º, inc. III da Constituição Federal.
Isso significa que a garantia e a defesa dos interesses e necessidades dos
consumidores, antes de ser um favor, é um dever do Estado para com os membros
da sociedade.
O
Código de Defesa do Consumidor diz que qualquer pessoa, na condição de
consumidor, é vulnerável em relação aos fornecedores. Essa regra existe, porque
as relações de consumo são massificadas, onde o consumidor é apenas mais um na
engrenagem do mercado. Cada consumidor, na verdade, vem a ser um sujeito
anônimo, pois, para as empresas fornecedoras, pouco importa para quem vendem ou
prestam serviços. E, dentro desse quadro social, os consumidores, em geral, acabam
se tornando um alvo fácil para determinadas práticas de fornecedores, chamadas
abusivas, nas quais lhes impõem certas obrigações que não deveriam suportar ou
lhes retiram certos direitos concedidos por Lei.
Assim,
finalizando, o dia 15 de março, Dia Internacional do Consumidor, deve servir
para que possamos, ainda que de forma gradativa, tomar consciência sobre a
importância que os atos de consumo têm para as nossas vidas e para as vidas dos
nossos semelhantes, dentro de um modelo de democracia capitalista e liberal.
Devemos considerar de vital importância a necessidade de as pessoas serem
educadas, conhecer seus direitos de consumidores e lutar por eles no seu
dia-a-dia. Se cada cidadão tiver essa consciência poderá então contribuir para
a melhoria de sua qualidade de vida e ajudar a construir uma sociedade mais
justa e solidária.
Concluindo,
quero voltar a John Kennedy, que declarou os quatros direitos fundamentais do
consumidor no discurso ao Congresso Americano em 15 de março de 1962. Direito à
segurança, à informação, à opção e direito a ser ouvido. Para isso o nosso
Procon Porto Alegre está aí ouvindo a população, orientando e agindo na
proteção dos nossos cidadãos.
Parabéns
a todos os servidores, que hoje trabalham no Procon Porto Alegre, eles são ou
verdadeiros “ouvidores” da nossa cidadania. E fico muito feliz com esta Câmara
de Vereadores, onde existem Vereadores muito preparados no tema sobre a Defesa
dos Consumidores. Eu poderia citar o Ver. Nedel, o Ver. Vendruscolo, o Ver.
Beto Moesch, o Ver. Adeli Sell, o Ver. Nelcir Tessaro, um especialista na área;
o Ver. Sebastião Melo, o Ver. Dr. Raul, preocupado com a área da Saúde. Nós
temos Vereadores especialistas aqui. Quem sabe os senhores, em um desafio
positivo, ajudem a criar mais legislações municipais, Ver. Luiz Braz,
protetivas aos cidadãos consumidores da nossa Capital. Não temos,
rigorosamente, nenhuma lei hoje sendo aplicada no Procon Porto Alegre,
complementarmente ao Código de Defesa do Consumidor. Quem sabe não está aí um
desafio. Muito obrigado pelo espaço, felicidades aos senhores e parabéns ao
nosso Procon Porto Alegre. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Muito obrigado ao Sr. Alexandre Appel, que usou a Tribuna Popular por
solicitação do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do
Consumidor de Porto Alegre. Concedo a palavra às Lideranças de Bancada.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Ilustre Presidente, Toni Proença; saudações especialmente ao Sr. Alexandre
Appel, que nos dá a honra da sua visita e veio acompanhado do Dr. Omar Ferri
Júnior e do Desembargador Francisco Moesch; também nos honra com sua visita o
Ver. Braz Behnck, Presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, Roraima. Em nome
da Bancada do Partido Progressista, do nosso Líder, Ver. João Antonio Dib, do
nosso Ver. Beto Moesch e do meu, dou-lhe as boas-vindas, Dr. Alexandre Appel.
Queria dizer que realmente Porto Alegre lhe deve muito pelo muito que o senhor
fez e fará ainda pelos direitos do consumidor do nosso Estado e de Porto
Alegre. Que bom que o senhor veio aqui enaltecer esse trabalho tão importante
dos Procons e veio também enaltecer o nosso Procon de Porto Alegre, que é tão
bem dirigido pelo Dr. Omar Ferri Júnior. Muito obrigado pela sua visita; conte
com a Bancada do Partido Progressista e com esta Câmara, e muito obrigado pelo
bem que V. sª está fazendo pelos direitos humanos da nossa população. Parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Muito obrigado ao Ver. Nedel.
O
Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. NELCIR TESSARO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes
da Mesa e demais presentes.) Quero dizer também, Dr. Santini, aqui presente na
platéia, que a defesa do consumidor, nos últimos anos, o Alexandre Appel tem
trabalhado por ela e procurado, cada vez mais, fazer com que o cidadão, o
consumidor tenha acesso e faça valer os seus direitos, que vêm dos anos 2000.
Isso é muito importante. [Por iniciativa da Promotoria de Justiça de Defesa dos
Direitos Humanos de Porto Alegre, desde o ano 2000, estava em andamento a
criação de um órgão municipal de defesa do consumidor.]
Eu
vejo, a cada dia, novas circulações de publicidade nas lojas sendo muito mais
claras. É claro que não estamos no ideal ainda, porque trabalhamos com lojas
que ainda não se preocupam tanto com os consumidores, mas o próprio consumidor
vai excluindo aquelas lojas. Graças aos debates, graça a sua atitude, desde a
época do Procon, graças ao trabalho que está fazendo agora, inclusive
orientando em praças públicas - como ocorreu na última semana, no Brique da
Redenção, o Procon Municipal -, eu tenho certeza de que com isso a população só
tem a ganhar. Nós precisamos fazer uma atuação forte em nível de Estado, para
fazer com que Porto Alegre possa ser um referencial, porque tenho certeza de
que hoje estamos sendo o referencial do Brasil, e com a instituição do Procon
Municipal aqui e com o 2º Grau Estadual, a evolução está sendo correta, basta
apenas colocarmos o juízo julgador dentro do próprio Procon, para fazermos com
que a cadeia seja perfeita. Parabéns pelo também realizado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O
Ver. Ervino Besson está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Meu
caro Presidente, eu quero, em nome da Bancada do PDT, em meu nome e em nome dos
Vereadores Juliana, Thiago, Mauro e Luciano, carinhosamente, dar um abraço
muito fraterno, muito amigo ao Dr. Alexandre Appel pela sua história, pela sua
luta em prol do povo da nossa Cidade e do nosso Rio Grande.
Cumprimento
também o nosso querido Omar Ferri Júnior, cujo pai teve uma passagem brilhante
por esta Casa e deixou aí a família que está dando continuidade a esse
excelente trabalho.
Temos
aqui também o nosso extraordinário Desembargador Moesch e o Sr. Braz que nos
honram com sua presença aqui na Mesa.
Este
é um dia importante para a Câmara Municipal, depois de ouvirmos aqui o
pronunciamento do Dr. Alexandre, pela sua história, pela sua luta. Hoje, o
Procon Municipal é uma realidade pelo extraordinário trabalho de V. Sas
Nós temos que incluir, nesse trabalho o Dr. Santini, que também deu uma grande
colaboração. Hoje é uma realidade o nosso Procon Municipal, que presta esse
relevante trabalho para a nossa população de Porto Alegre. Estivemos
acompanhando, agora no último fim de semana, Omar Ferri Júnior, aquele
belíssimo trabalho, ali na Av. José Bonifácio, onde há grande frequência da
população, aquela cartilha, aquela instrução que é extremamente importante para
a nossa população de Porto Alegre. Portanto, fica aqui, mais uma vez, o nosso
reconhecimento muito fraterno. Estava me lembrando, agora há pouco, daquela
reunião, Dr. Appel, que nós tivemos lá, com aquele problema da telefonia móvel,
que foi levantado pelo Ver. Bernardino, em que também V. sª fez um grande
trabalho e deu uma grande colaboração para nossa população. Por tudo isso fica
o nosso reconhecimento, o nosso abraço, e que Deus ilumine e dê força, porque a
população precisa muito de homens como vocês, que prestam esse relevante
trabalho para esse nosso povo que tanto precisa. Um abraço muito fraterno.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Ervino Besson.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Presidente,
Toni Proença; gostaria, em nome da Bancada do PMDB, saudar todas as autoridades
presentes, amigos, o Desembargador Francisco Moesch, o Dr. Omar Ferri Júnior, o
grande amigo Alexandre Appel, de tantas lutas, de tantos embates, não é, Appel?
E nós sabemos que o direito do consumidor hoje é o que é, está trabalhado da
maneira que está, muito em função da tua luta, que eu acho que já vem há mais
de 15 anos, pelo menos é o tempo em que eu te conheço nessa área. Então, é um
trabalho muito bonito, um trabalho com repercussão social muito grande, nós
temos acompanhado, temos estado sempre junto, procurando sempre contribuir,
porque, na realidade, nós passamos efetivamente de uma geração em que o direito
não era do consumidor, era de quem vendia. O que realmente nos preocupa é o
direito do consumidor. E vocês que estão aqui devem ter, no íntimo de vocês,
essa satisfação de serem os proponentes, os propositores, os realizadores de
uma nova ação tão ampla e tão importante para toda a sociedade. Quero desejar
tudo de bom, sucesso e um abraço ao nosso Procon Municipal, em especial, e ao
pessoal que faz parte também do Conselho de Defesa do Consumidor.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Dr. Raul.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Toni
Proença, na presidência dos trabalhos, o nosso desejo é apenas saudar os nossos
ilustres visitantes, o Ver. Braz, que traz “Braz” no nome e não no sobrenome e
nos honra sendo Presidente da Câmara de Boa Vista; o Desembargador Francisco
Moesch, que é primo-irmão do nosso querido amigo Ver. Beto Moesch; o Ver. Omar
Ferri Júnior, filho do nosso amigo Dr. Omar Ferri, que também já abrilhantou
durante muito tempo esta Casa. E até parece que hoje estamos falando de
nepotismo, porque estamos falando só das relações entre as pessoas que nos
visitam e os Vereadores desta Casa.
E
o meu querido amigo Appel, realmente, é um marco muito importante nesse
trabalho realizado para que possamos ter boas regras estabelecidas nessa
necessidade que temos de sermos vigilantes, para que o consumo possa se dar de
forma honesta, regrada, dentro do Código de Defesa do Consumidor e para que o
consumidor seja, cada vez mais, defendido de alguma irregularidade que possa
haver nessa relação de comércio.
Na
semana passada, homenageamos o Omar Ferri Júnior, e hoje, com muito prazer,
também homenageamos esta outra grande figura que defende o Código de Defesa do
Consumidor, que é o Appel.
Um
grande abraço para vocês. Somos parceiros nessa grande luta.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Ver. Braz.
O
Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. AIRTO FERRONATO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nossos ilustres
visitantes, Alexandre Appel, Omar Ferri Júnior, meu parceiro e amigo de longa
data; Desembargador Francisco Moesch, temos uma amizade de muito tempo; o Ver.
Braz, de Boa Vista, Roraima, quero dizer da satisfação de tê-lo conosco.
Eu
sou um homem nascido e criado, e o Omar Ferri Júnior sabe disso, num
pequeníssimo lugar, numa comunidade no interior de Encantado chamada Dr.
Ricardo, hoje Município, e lembro que, há 40, 50 anos, se dizia, lá no
Interior, que o quilo da balança do seu Ari, o bodegueiro daqueles interiores,
pesava somente 900 gramas. Essa é uma profunda meditação que se deve fazer; o
poderio daquele que fornecia bens e a submissão necessária daquele que comprava
e consumia esses bens de serviços.
E,
hoje, graças a um trabalho de muito tempo de pessoas abnegadas, que trataram
desse tema com toda a profundidade, nós estamos vendo modificar-se esse quadro,
ou seja, os direitos do consumidor, como uma característica sensível, forte em
nosso País, que tem lá suas dificuldades ainda, mas vem crescendo essa
importância da luta pelos direitos do consumidor. E pessoas como V. Sas
e V. Exas que estão na Mesa são marco nesta história.
Então,
por isso, nós, em nome do PSB, queremos trazer a nossa homenagem, gratidão e
carinho a vocês, e quero cumprimentar pela presença e pela homenagem que aqui
se faz. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARIA CELESTE: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença; uma saudação especial ao Sr.
Alexandre Appel, ao Sr. Omar Ferri Júnior, ao Sr. Francisco Moesch e ao Ver.
Braz, da cidade de Boa Vista, que está conosco, nesta tarde.
Nós
achamos extremamente importante a configuração do Procon no Município de Porto
Alegre, um órgão especializado que deve estar sempre atento às relações de
consumo do contribuinte da nossa Cidade.
Também
achamos extremamente importante que a fiscalização deva ser feita de forma
eficiente, como tem sido feita, em parceria com a SMIC, como os senhores têm
feito em diversos casos, sem esperar que, de fato, chegue uma denúncia pontual
ao órgão. Isso, para nós, tem se mostrado bastante positivo.
Gostaria
de saudar, também, a presença dos senhores no nosso Plenário para lembrar o dia
15 de março como uma data específica na defesa do direito do consumidor. Quero dizer,
também, que a presença dos senhores nesta Casa faz com que o conjunto dos 36
Vereadores possa refletir também sobre os projetos que aqui apresentamos, que
são, de fato, a nossa vontade ou a nossa proposição de estar também levando em
conta o direito do consumidor da cidade de Porto Alegre, do contribuinte da
cidade de Porto Alegre.
Cito
exemplos como o Projeto do ITBI, do Ver. Bernardino, Projetos que não foram
aprovados nesta Casa na questão do hidrômetro - Projeto do Ver. Todeschini -,
que são Projetos intrinsecamente ligados à questão da defesa do direito do
consumidor na nossa Cidade.
Portanto,
a vinda dos senhores aqui, nesta tarde, vem reconhecer também a necessidade de
a Câmara Municipal estar cada vez mais sendo propositiva na apresentação de
projetos que levem em conta, especialmente, a questão da defesa dos direitos do
consumidor e do contribuinte na cidade de Porto Alegre. Parabéns pela presença
de vocês, pela iniciativa de estarem conosco, Alexandre Appel, que tem uma
larga experiência no Estado - já traz isso para a cidade de Porto Alegre, acho
muito importante -, e queremos sempre contar com os senhores no sentido de que
nos ajudem especialmente na elaboração de leis que levem em consideração a
defesa do consumidor na cidade de Porto Alegre. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Verª Maria Celeste.
O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença, permitam-me os senhores convidados
para que, em primeiro lugar, eu possa saudar o Presidente da Câmara Municipal
de Boa Vista, Ver. Braz Behnck, e lhe dar as boas-vindas ao nosso Legislativo.
Eu quero, Sr. Presidente, saudar com muita alegria a presença dos nossos
convidados, do nosso orador de hoje, que é uma referência quando nós falamos em
Direitos do Consumidor aqui no Rio Grande do Sul, amigo Alexandre Appel; da
mesma forma quero saudar e agradecer a presença do querido Desembargador Francisco
Moesch, que empresta o seu brilhantismo e as suas luzes para que o nosso
Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul continue figurando, Sr. Presidente,
entre aqueles Tribunais que compõem a nossa Federação e que são paradigmas, são
o norte na construção da Justiça brasileira. Muito obrigado, Sr. Desembargador.
Quero cumprimentar o meu amigo, nosso companheiro de Governo Omar Ferri Júnior,
que há poucos dias já nos brindou aqui, Alexandre, com a exposição da cartilha
do pequeno consumidor, com todo o material produzido pelo Procon Municipal.
Enfim, quero registrar os avanços que têm representado isso. Eu, muito
brevemente, quero saudar os amigos, dizendo que tenho também uma preocupação
muito grande em relação às questões do consumo e às relações de consumo. A
primeira propositura que fiz aqui foi exatamente em direção a essa nova
realidade e diz respeito a uma coisa que parece comezinha, do dia-a-dia, mas
que é, de fato, sobre aquilo que nós, Vereadores, legislamos e que é tão
importante no nosso cotidiano, que é a utilização, por milhares de pessoas, de
bufês todos os dias na Cidade, e que dizem respeito às normas de higiene e de
bom uso desses equipamentos. Tive a felicidade de receber a sugestão do nosso
amigo em comum, o Procurador de Justiça Dr. Leni Streck. Aliás, eu acho que o
muito do que nós, Vereadores, fazemos é colher sugestões e transformá-las em
leis que venham aqui contribuir para que nós aperfeiçoemos as nossas relações
da sociedade. Então, eu quero cumprimentá-los e dizer que esta nova figura que
surge no nosso Direito são as relações do consumo e do consumidor, que são
extremamente importantes, e nós precisamos cada vez mais valorizá-las. Eu me
lembro do Eduardo Couture, lá no seus mandamentos do advogado, quando ele
falava que estuda porque “o Direito está constantemente em mudança, e, a cada
dia menos que estudares, serás um pouco menos advogado”. E eu acho que o
Direito do Consumidor é uma nova vertente do Direito que surge, exatamente em
virtude da dinâmica da sociedade, da evolução dos tempos; acho que ela
está absolutamente em sintonia com o novo século que se inicia. Deixamos as
ideologias para o século passado, pois nos levaram a guerras e a tantos outros
dissabores. Agora iniciamos um tempo novo, que é o tempo do mercado, é o tempo
do Estado e é o tempo da mediação que precisamos fazer, e o direito do
consumidor faz exatamente essa mediação. Quero cumprimentá-los pela dedicação a
este tema específico e dizer que aqui na Câmara de Vereadores há, tenho
certeza, um número enorme de Vereadores comprometidos com esta causa, que é a
causa da sociedade, que é a causa de todos nós. Parabéns, sucesso continuado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Valter Nagelstein. Quero agradecer muito a presença do Sr. Alexandre Appel, do
Desembargador Francisco Moesch, do Sr. Omar Ferri Júnior e do Presidente da
Câmara Municipal de Boa Vista, Sr. Braz Assis Behnck.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Tenho tentado
serodiamente me fazer ouvir na Casa, sei que não vou engrandecer em nada
o que já ocorreu, mas não posso deixar de somar a opinião do Democratas - que
aqui represento nesta Casa - e a tantas outras manifestações de ênfase a
respeito daquilo que o nosso visitante representa, e representa muito bem, ou
seja, a defesa dos direitos do consumidor.
É evidente que eu me estenderia por longo tempo
saudando o Alexandre, meu amigo e companheiro de várias jornadas, reafirmando o
meu bem querer ao Dr. Omar Ferri Júnior, que traz no seu nome o nome do seu
pai, também meu particular amigo, e, mais fortemente ainda, Ver. Braz, o senhor
que nos dá o prazer da sua visita, quando me refiro ao Dr. Francisco Moesch,
Desembargador, meu parceiro em jornadas especiais que haverão de se repetir na
próxima quarta-feira. A todos os senhores que estão envolvidos nessa luta
meritória, o nosso aplauso, a nossa solidariedade e, mais do que ela, o nosso
compromisso. Aliás, todos têm uma bandeira de luta, defendem a do produtor, a
do trabalhador, a do empreendedor; mas defender o consumidor é uma bandeira
universal, porque o empreendedor também é consumidor, o industrial também é
consumidor, o comerciário, o comerciante, o bancário, o banqueiro, todos são,
em um certo momento, consumidores. Então, essa bandeira que o Moesch e o
Alexandre tão bem representam, que agora ganharam essa contribuição maravilhosa
do Sr. Omar Ferri Júnior, é uma bandeira com a qual nos temos que,
permanentemente, reafirmar o nosso compromisso. É o que eu faço, agora, modestamente, ainda que de forma
tardia. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Reginaldo Pujol, obrigado pela compreensão e pela tolerância. Quero
agradecer muito ao Sr. Alexandre Appel, Vice-Presidente do Conselho Municipal
de Defesa do Consumidor; ao Desembargador Francisco Moesch, do Tribunal de
Justiça, neste Ato representando a Brasil.Com-RS; ao Dr. Omar Ferri Júnior,
Coordenador do Procon de Porto Alegre; ao Sr. Braz Assis Behnck, Presidente da
Câmara Municipal de Boa Vista, Roraima.
Suspendo a Sessão por alguns
minutos para as despedidas.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h42min.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 14h44min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Mario
Manfro solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje.
O Ver. Luciano
Marcantônio está com a palavra, de acordo com o art. 12 do Regimento.
O
SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Boa-tarde,
Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é com muita
emoção que no dia de hoje realizo um grande sonho, um grande sonho que se
iniciou numa caminhada, em 1989, na campanha do nosso querido, inesquecível e
grande líder do povo brasileiro, Leonel Brizola. Iniciei a minha trajetória
política militando na Juventude Brizolista, vinculada ao Movimento Nacional
Leonel de Moura Brizola. Na época, esse Movimento era comandado pelo Presidente
Guaranha, amigo leal, fiel escudeiro do nosso querido Governador Brizola. Após
esse período, tive a honra de participar, de forma muito ativa, do Movimento
Estudantil Universitário no Estado do Rio Grande do Sul, onde fui Presidente do
Centro Acadêmico Maurício Cardoso da Faculdade de Direito da PUC; fui
Presidente do Diretório Central de Estudantes da PUC do Rio Grande do Sul; fui
Presidente da União Estadual dos Estudantes do Estado do Rio Grande do Sul,
representando todos os universitários do Estado, onde ali, sim, me formei
politicamente, adquiri consciência, cultura e conhecimento para continuar a
minha caminhada. No decorrer da minha trajetória, sempre filiado ao PDT, tive
também o privilégio de, durante o Governo Rigotto, assumir a função de Diretor
de Recursos Humanos da Fundação de Proteção Especial, que é parte da ex-FEBEM e
que abriga crianças e adolescentes em situação de risco e vítimas de
violência. Também no Governo Rigotto, assumi a Diretoria
Administrativo-Financeira da Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, onde
adquiri experiência na gestão pública.
Mas
o que mais me orgulha é o trabalho social que há oito anos desenvolvi nas vilas
dos bairros Humaitá, Farrapos e Navegantes. Contribuí na construção de uma
associação comunitária no loteamento Mário Quintana, na beira da freeway, e a
partir dali, nesses oito anos, buscamos através das outras associações um
trabalho conjunto que trouxe grandes conquistas para aquela região carente, uma
região excluída, uma região que, mesmo com a força presente do Governo de Porto
Alegre através da gestão Fogaça, precisa cada vez de mais e mais atenção do
Poder Público, de suas políticas públicas de inclusão social e de suas
políticas públicas que leguem à justiça social e à distribuição de renda.
Quero
fazer aqui um registro muito especial para algumas pessoas que fizeram com que
eu pudesse estar neste momento falando nesta tribuna, representando 4.700
votos: o Ver. Tarciso, que num gesto de companheirismo partidário, de grandeza
política me oportunizou este momento. Agradeço muito ao Ver. Tarciso pela visão
política, pela grandeza, pelo companheirismo. Quero fazer, também, um
agradecimento ao meu líder maior, ao Ministro do Trabalho e Presidente Nacional
do PDT, Carlos Lupi, grande amigo, grande líder, grande guia do nosso Partido
em nível nacional. Especialmente ao meu companheiro de política desde 1993, o
meu amigo Flávio Zacher, segundo suplente de Deputado Federal e Assessor
Especial do Ministro do Trabalho. São essas três pessoas, o Ver. Tarciso, o
Flávio Zacher e o Carlos Lupi que permitiram que hoje eu pudesse estar aqui,
falando não por mim, mas por uma trajetória que passou pelo Movimento
Estudantil, uma trajetória que passou pela gestão pública e por uma trajetória
que passou, principalmente, e jamais deixará de passar, independente da
política partidária, que é o meu trabalho social. Esse eu faço com alma, com coração
e do que tenho muito orgulho.
Hoje,
eu sou o Vereador mais votado das vilas dos Bairros Farrapos, Humaitá e
Navegantes. Isso é muito trabalho social e é lá que o político tem que estar, é
defendendo aqueles que são excluídos, é defendendo o pobre, defendendo o
trabalhador. E é assim que nós vamos honrar o nosso Líder Leonel Brizola,
porque quem é PDT não pode esquecer nunca que o PDT defende o trabalhador,
defende o trabalhador pobre, o PDT defende a Educação com estrutura, a Educação
de ricos e pobres.
Eu
quero agradecer ao Ver. Toni Proença pela oportunidade. Muito obrigado pela
atenção de todos. Muito obrigado, amigos que eu tenho aqui, como os Vereadores
Mauro Zacher, DJ Cassiá, e tantos outros com quem eu convivi durante um grande
período da minha trajetória; Ver. Pedro Ruas, que eu tive a honra de assessorar
numa presidência estadual do PDT, grande figura, grande pensador, um político
de idéias, que eu não posso deixar de mencionar. Eu aprendi muito com Vossa
Excelência. Um grande abraço a todos! Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Luciano Marcantônio. Esta Presidência, e tenho certeza de que falo em nome
de todos os Vereadores, deseja a V. Exª um bom exercício de mandato. Seja muito
bem-vindo!
Passamos
ao
O
Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
público que nos assiste, eu gostaria de iniciar a minha fala abordando um case
de uma indústria gaúcha, que começou há mais de 40 anos com um pequeno bolicho,
Ver. Ervino Besson, próximo ao Viaduto da Conceição. Os proprietários que ali
trabalhavam faziam também viagens de transporte. Um certo dia, esse transportador,
dono de um bolicho, fez uma viagem até Minas Gerais, e como não tinha uma
carga para trazer de volta ao Rio Grande do Sul, resolveu trazer uma caixa de
queijo de Minas e começou a comercializar no seu bolicho; mas como era muito
queijo, começou a vender nas vizinhanças para os outros pequenos comércios e
começou a comercializar o queijo. A partir dali, toda a vez que viajava a
Minas, trazia esse queijo, até que descobriu que tinha um certo comércio que
vendia muito mais queijo do que os outros, e resolveu perguntar o porquê. O
dono daquele outro bolicho explicou para ele que ralava o queijo e o estava
vendendo ralado. Ele, como uma pessoa de visão, um grande empreendedor,
resolveu, então, trazer o queijo, ralar e industrializar, começando uma pequena
indústria de queijo ralado. Começou a vender queijo ralado, tornando-se mais
vendedor de queijo ralado do que o seu próprio bolicho. Hoje ela é uma grande
empresa, vende para todos os pequenos, médios e grandes redes de mercados, que
é o Queijo Künzler, mas que teve seu início numa pequena indústria, vendendo
para pequenos comerciantes. Esse é o link que eu quero fazer: pequenas
indústrias vendem principalmente para pequenos comércios, Ver. Brasinha, porque
as grandes redes não conseguem ser atendidas por pequenas indústrias, e quando
temos uma concentração de grandes redes de supermercados na cidade de Porto
Alegre, vamos aos poucos terminando com os pequenos comércios de bairro, com os
comércios locais. Se chegarmos ao fim desses pequenos comércios, estaremos
chegando ao fim de pequenas indústrias, porque elas não têm capacidade para
vender para grandes centros, para grandes redes. Então esse é o cuidado que
temos que ter na cidade de Porto Alegre: preservar o pequeno varejo para que
possamos dar oportunidade também a pequenas indústrias.
Também quero falar da cadeia produtiva. O pequeno
varejo, em Porto Alegre, representa o pequeno comércio que tem toda uma cadeia
de pequenos produtores, pequenas indústrias, representantes comerciais,
atacadistas, distribuidores que trabalham em cima desses pequenos varejos.
Portanto, o pequeno varejo não dá só o emprego direto no seu comércio, mas ele
gera vários empregos diretos em toda cadeia que vem ao seu entorno.
O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, quero saudá-lo. V. Exª
sabe que eu também fiz parte desse grupo, mas continuo ainda com essa ligação
muito forte com o pequeno comércio, e V. Exª também é um pequeno comerciante e
tem um trabalho, uma ligação muito forte com o pequeno comércio. Na nossa Porto
Alegre e na nossa Grande Porto Alegre, e em muitos Municípios do nosso Rio
Grande do Sul, o pequeno comércio tem uma história muito marcante pelo seu
desenvolvimento. E nós temos que preservar, sim, o nosso pequeno e médio
comércio por tudo que representou e continuará representando em seu trabalho,
dando emprego. Alguém tem que defender o nosso pequeno comércio.
Vamos ser honestos, caro Vereador: se há uma rede
que não prejudica o nosso pequeno comércio é a Rede Zaffari. Essa não prejudica
o nosso pequeno comércio, pelo respeito que os empreendedores, que a família
Zaffari tem, porque eles também sabem que vieram do pequeno e médio comércio,
por isso eles têm um respeito muito grande.
E V. Exª está sendo muito feliz hoje com seu
pronunciamento, dando esse relato de uma história que V. Exª acompanhou, até
porque V. Exª hoje, ainda, pertence a essa rede e tem um trabalho muito forte
junto ao nosso pequeno e médio comerciante. Parabéns, Ver. Mauro.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado,
Ver. Ervino Besson.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, quero dar os
parabéns pelo seu trabalho, sabemos como ele é importante na comunidade, e o
senhor, como pequeno e médio empresário, sabe das dificuldades que se passam.
Mas, também, como o Ver. Ervino salientou, o Supermercado Zaffari colabora
muito com a Cidade, dá emprego, infra-estrutura. Mas o gigante Carrefour vem
para destruir os pequenos. Eu consigo dizer todas as vezes que passo pelo
Carrefour: ele faz mal para a Cidade, faz mal para a população de Porto Alegre
e faz mal para o Rio Grande do Sul e para o Brasil. Obrigado, Mauro.
O SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado,
Ver. Alceu Brasinha. O Ver. Ervino Besson, quando fala da Companhia Zaffari de
Supermercados, realmente, temos que fazer jus: o Zaffari é uma Companhia, é uma
rede de supermercados regional, local, que começou pequena e cresceu. Só que,
se formos comparar o Zaffari com o Wal-Mart, Carrefour e outros grandes, o
Zaffari é uma empresa pequena, pois ela é uma empresa local e o seu faturamento
não chega nada próximo ao Carrefour, ao Wal-Mart e a outras grandes redes de
supermercados. Quando se fala, Ver. Alceu Brasinha, que o Carrefour faz mal,
realmente, é uma forma subjetiva de falar. O Carrefour faz mal, porque ele
atrapalha muito o pequeno varejo, o varejo local da Cidade, pois esses são
grandes empreendimentos. E a prova de que ele faz mal é que eu tenho aqui uma
reportagem da Revista Exame, em que fala sobre o Wal-Mart dos Estados Unidos,
um símbolo do capitalismo agressivo. O Wal-Mart, de vez em quando, se vê
envolvido numa polêmica. A mais recente foi em casa mesmo, nos Estados Unidos,
na Califórnia. A população local foi convocada a participar de um plebiscito
para saber se era contra ou a favor de uma loja na cidade. Mesmo com uma
campanha publicitária de um milhão de dólares gastos pela Wal-Mart, os
eleitores ficaram contra a instalação do hipermercado na sua cidade. Isso é uma
prova de que o Wal-Mart e o Carrefour fazem mal. No seu próprio país, na cidade
onde ele teve origem, a população é contra estabelecimentos desse porte. E,
aqui no Brasil, muitas vezes, nós vimos pessoas dizendo que eles vieram para
salvar o comércio.
Pois bem, o Carrefour, o Wal-Mart são grandes redes
predadoras que atrapalham a rede local. Nós não precisamos de mais
hipermercados na cidade de Porto Alegre. Com um ou outro podemos concordar,
pois a concorrência pode ser saudável e leva as nossas redes locais a
crescerem, a ampliarem seus serviços, a estudarem mais, a se qualificarem, mas,
em demasia, supermercados como a rede Wal-Mart e Carrefour fazem mal à Cidade.
O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, nosso colega de Bancada,
queria cumprimentá-lo pelo seu pronunciamento e corroborar, reforçar esta idéia
e aqui tenho um exemplo. Tive informações de que a rede Wal-Mart causa não só
esses problemas que V. Exª tem manifestado aqui, como também é a que mais
prejudica os fornecedores, a que mais dá calote nas pequenas empresas, nos
pequenos fornecedores, deixando de pagar, fazendo negócios que são verdadeira
usura contra os fornecedores. Então, o prejuízo é duplo: de um lado os consumidores, de outro lado os
produtores, que, muitas vezes, são empresas que organizam a economia local. Em
especial, eu quero fazer uma referência aqui aos fornecedores de laticínios que
têm sido vítimas do Wal- Mart.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
obrigado, Vereador Carlos Todeschini. Realmente, o que acontece é que algumas
pequenas indústrias, às vezes, acabam achando que vai ser bom vender para as
grandes redes e começam a vender. Os prazos são muito longos para receber e,
por nada, muitas vezes, essas grandes empresas multinacionais resolvem, por um
motivo ou outro, trocar de fornecedor. E essas pequenas empresas, para
conseguirem atender esses gigantes, acabam esquecendo o mercado interno,
deixando de vender para os comerciantes locais, ao comércio de bairro, ao nosso
comércio local, concentrando quase toda a sua venda para esses grandes
empreendimentos dessas grandes empresas. E eles resolvem trocar de fornecedor,
e o pequeno comércio fica sem ter para quem vender, falindo os seus pequenos
negócios. Por isso, nós temos que ter muito cuidado com esses gigantes.
O
Sr. Paulinho Ruben Berta: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro Pinheiro, em nome
da Bancada do PPS, quero dizer que V. Exª está sendo muito feliz hoje no seu
pronunciamento. Realmente, as pessoas dizem que os grandes supermercados criam
diversos empregos na cidade. Não se pode esquecer que, do outro lado, eu venho
de uma região onde existem mais de 300 comércios que empregam mais de mil
pessoas. Então, não é certa essa comparação que eles fazem. A comparação é que
nós devemos apoiar os comerciantes pequenos para gerar, cada vez mais, empregos
mais perto de casa, desonerando a Cidade de uma série de necessidades que são
especiais. Muito obrigado.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Muito
feliz foi V. Exª, Ver. Paulinho Ruben Berta; agradeço-o por suas palavras. Há
também um dado muito significativo a que devemos prestar atenção. Esses grandes
empreendimentos, Ver. Alceu Brasinha, são multinacionais que vêm aqui para o
nosso Município, para o nosso Estado, para o nosso País, e visam ao lucro, como
toda empresa capitalista, no mundo capitalista da globalização. Só que,
decorrido um tempo, eles vão buscando lucro, crescendo e resolvem retirar o
lucro. Quando isso acontece o lucro da cidade está saindo do País e funciona
como um grande aspirador que retira o lucro e leva para o seu país de origem.
Ao contrário dos comércios de bairro, os pequenos comércios e redes locais
ficam investindo na cidade, gerando emprego para sua família, para pessoas
muitas vezes oriundas do Interior, que não possuem um grau de estudo mais
elevado, que têm um grau de instrução pequeno, e que não sabem fazer outra
coisa senão no comércio. Eles vêm aqui, justamente, explorar o comércio, e nós
temos aí muitas pessoas que teriam condições de fazer isso. Eles acabam tirando
esse lucro que sai do País e que é dinheiro que deixa de circular dentro da
economia da nossa Cidade.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mauro, V. Exª está vendo
que o seu pronunciamento está tendo eco nesta Casa, porque vários Vereadores
vieram aqui e pediram aparte. Eu, inclusive, entrei com uma proposição, agora
que nós estamos estudando o Plano Diretor, para que grandes empreendimentos
passem por esta Casa, para que nós possamos abrir essa discussão junto com a
comunidade. Nós temos que ouvir a comunidade, que também é um alicerce forte no
seu bairro. Acho que, sobre os grandes empreendimentos, a comunidade tem que
ser ouvida. Obrigado, Vereador.
O
SR. MAURO PINHEIRO: Obrigado,
Ver. Ervino Besson. E, quando falamos dessas grandes redes, não é só o
minimercado, não é o armazém, não é o bolicho, mas toda uma cadeia, como eu
tinha falado anteriormente, a padaria, farmácias, ferragens, bazar,
eletrodomésticos, todo varejo local acaba sofrendo com essas grandes redes,
porque elas vêm para vender tudo e acabam tendo uma propaganda, um marketing
muito agressivo, que termina engambelando as pessoas. E muitos dizem que é bom
para a economia, porque gera concorrência. É uma concorrência errônea que
atrapalha o varejo local!
As
pessoas são enganadas e acabam consumindo produtos sem necessidade, com preços
muito maiores do que aqueles que são exercidos pelo comércio de bairro, no
mercadinho perto da sua casa. Quanto à geração de empregos, eu tenho certeza de
que o pequeno comércio gera muito mais emprego do que esses grandes
empreendimentos, até porque a forma de pagamento é diferente. O pequeno
comércio valoriza muito mais a mão-de-obra do que esses grandes supermercados,
sem contar que muitos daqueles funcionários que os nobres Vereadores vêem
dentro dos supermercados dessas grandes redes são promotores usados para fazer
serviços que não lhes competem. Os supermercados e essas grandes redes acabam
explorando a mão-de-obra e, várias vezes, pagando muito pior; o pagamento é
menor do que nos pequenos comércios do varejo de bairro.
Muito
obrigado, Srs. Vereadores, e por isso é que eu protocolei o Projeto de Lei que
limita a construção de hipermercados na cidade de Porto Alegre em 2.500 metros
quadrados. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Mauro Pinheiro. Está encerrado o período de Grande Expediente.
O
Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ALCEU BRASINHA: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
Ver. Mauro Pinheiro, realmente escutei com muita atenção o seu discurso. Por
quê? O Carrefour, Ver. Dib - vou nessa linha, novamente -, faz muito mal para a
Cidade, muito mal mesmo! Vocês aí da imprensa que estão nos ouvindo, vocês deveriam
prestar muita atenção, porque o que eu vou falar é muito grave, Ver. Pancinha,
Ver. Beto Moesch. Por que o Carrefour faz mal? Eu estive, esta semana, em três
supermercados - dois Carrefour e um Big -, e falei com diversas pessoas que
estavam comprando óleo; falei no supermercado com um cidadão, e perguntei para
ele: “O que o senhor vai fazer com o óleo que o senhor vai trocar na sua
casa?”. Ele me olhou e disse: “Vou jogar no esgoto”. Para você ver, Ver. Beto
Moesch; você, que defende tanto o meio ambiente, o que pode acontecer. Falei
com outro cidadão: a mesma coisa, chegou e disse que não teria onde guardar, o
que ia fazer? Ia jogar no ralo, no esgoto.
Então,
vocês imaginem, o Carrefour deveria vender o óleo para que fosse trocado lá
mesmo e não permitir que fosse levado para casa! Enquanto os postos de gasolina
pagam imposto, têm uma troca de óleo adequada, trocam por uma lavagem de carro;
o Carrefour vende na prateleira, o cidadão pega, leva para sua casa e, chegando
lá, não tem onde botar o óleo usado. E aí? Ele joga no esgoto.
E
mais: falei também com um cidadão que estava levando uma bateria; ele disse:
“Vou botar a outra bateria no lixo, alguém vai pegar”. Pelo menos ele não disse
que ia jogar no esgoto ou, quem sabe, num riacho.
E
o cidadão que compra surdina em supermercado? Para onde ele leva a antiga? Os
supermercados não poderiam entrar na linha automotiva, porque eles vendem tudo
junto, o que divide são as gôndolas! E mais, ainda, eles vendem produtos
inflamáveis: tem tíner, tinta, pneu, bateria, aço, tudo!
Acho
que a legislação, os fiscais, o Poder Público têm que fiscalizar, Ver. João
Dib, porque isso não pode acontecer! Eu falei com seis pessoas, e só uma me
respondeu que iria levar o óleo a um posto de gasolina e devolver. Quem é o cúmplice
disso? Esses gigantes que vêm aqui, botam as empresas grandes, quebram as
pequenas empresas que se prepararam para trabalhar apenas com isso. Eles vêm,
quebram e fazem o que querem na Cidade, porque, se fosse bom, eles dariam
muitos empregos. O que eles oferecem à Cidade, como o Carrefour, é muito pouco
pela dimensão do que eles quebram por onde passam. É muito pouco!
Então,
acho que nós, Vereadores, temos que cuidar com atenção e defender com todas as
garras os pequenos empresários, Ver. Todeschini, Ver. DJ Cássia, meu amigo e
colega Tessaro. Nós temos que defender o pequeno; não adianta defender os
grandes e bater nos pequenos; tem que bater nos grandes e defender os pequenos.
Isso sim! O cara que faz isso é bom para a Cidade, porque vai ajudar o comércio
local, a pequena empresa, a padaria do bairro a crescer. Mas não esses gigantes
que vêm aqui ainda destruir o nosso meio ambiente, Ver. Pancinha.
Eu
gostaria, Ver. Beto Moesch - o senhor é um homem entendido no assunto -, que
nós fizéssemos uma Frente Parlamentar e buscássemos uma alternativa para
fiscalizar essas grandes empresas que estão aí, porque não dá mais. É um
absurdo o que elas fazem na Cidade, são muitos erros. Se elas querem andar
certo, elas têm que se espelhar numa grande empresa, como o Zaffari, que
trabalha pela comunidade, dá emprego e dá credibilidade ao cliente.
Ver.
João Dib, eu realmente fiquei surpreso, porque eu jamais abordei uma pessoa
para perguntar onde ela colocaria aquele óleo. E o cidadão me respondeu que
botaria no esgoto. Quem é que vai reparar esse prejuízo ao meio ambiente, Ver.
Beto Moesch? Quem vai reparar? Vêm essas empresas grandes, fazem o que querem e
nós ficamos todos aqui aplaudindo. Só depois, quando começam a acontecer os
problemas, aí é tarde! Então, vamos tomar uma atitude imediata e cuidar deles,
porque eles não sabem cuidar de nada.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras;
Verª Maria Celeste, obrigada pela cedência do tempo de Liderança. Para o
Partido dos Trabalhadores é importante cumprimentar as funcionárias associadas
e funcionários cooperativados da Cooperativa Meta que acompanham os trabalhos
da Sessão da Câmara nesta tarde. Cumprimento-os, e retomo aqui os passos que
nós demos, e peço a colaboração dos Vereadores para que possamos, agora,
durante a Ordem do Dia, tentar avançar na avaliação e votação do Projeto que tenta
criar algum resguardo, algum marco legal que alivie as relações de trabalho,
que dê alguma proteção às cooperativadas, quando elas atuam para a Prefeitura
de Porto Alegre em serviço terceirizado.
Eu
já vinha relatando, a gente vem trabalhando este tema aqui na Câmara há três
anos, junto com as cooperativadas da Meta, desde que a Meta assumiu as funções
da limpeza, de auxiliar de cozinha e de cozinheira nas escolas municipais, há
três anos e meio, quando começou o drama do atraso de pagamento para o dia 18
ou 19 do mês.
O
primeiro mês do contrato é o mês em que a cooperativa não repassa o recurso
total, e, agora, com a Cootrario, novamente acontece isso. A Cootrario diz que
vai pagar uma parte no primeiro mês. Agora, vocês imaginem, já não ter recebido
o último mês, porque a Meta não pagou, e a nova cooperativa diz que vai
parcelar o primeiro pró-labore. Vejam à mercê de que condições trabalham pais e
mães de família dentro de próprios públicos municipais e desenvolvendo
políticas públicas municipais.
Nós
procuramos respaldo, fizemos reuniões com a Prefeitura, e a própria Prefeitura
nos fala que ela não pode cobrar, por conta do sistema cooperativado. Nós
sabemos que as cooperativas vêm ganhando a licitação, porque elas baixam muito
o valor para competir, e aí não tem empresa ou cooperativa séria que consiga
ganhar as licitações.
Nós
vivemos a experiência da Cootravipa, que tinha, inclusive, um fundo remunerado
- de 15 dias, é verdade, no ano -, mas isso era algum apoio ao trabalhador, à
trabalhadora, que exercia um trabalho muito exaustivo. Hoje, a gente tem uma
colega aqui com a perna enfaixada e tem os seus dias descontados; essa é a
recompensa! Ela sofreu um acidente de trabalho, não tem como ir trabalhar,
porque ela não tem condições de limpar uma escola, de auxiliar uma cozinheira
e, para se recuperar em casa, ela não recebe! Imaginem uma situação dessas; uma
situação que é supervisionada pelo Governo Municipal, pelo recurso público
municipal!
Então,
é nesse sentido, que eu faço aqui um apelo ao Ver. Valter Nagelstein para que
nos ajude a fazer com que o Governo receba as cooperativadas, porque eu não
consigo nem que a PGM, nem que a SMED as receba, e também não consigo ter
respostas objetivas ao problema do pagamento, no sentido de que ele seja efetuado
imediatamente. E, em segundo lugar, que a gente consiga amadurecer, o mais
rápido possível, uma opinião favorável ao Projeto de Lei, com eventuais
Emendas, para que Porto Alegre coloque outras condições na competição das
licitações para o serviço terceirizado.
A
SMED está fazendo um contrato temporário com a Cootrario, mas vai fazer uma
licitação em setembro, ou outubro. Nós já queremos que a licitação, que implica
em 700 pessoas, tenha outro patamar de garantias para essas pessoas que
trabalham com tanto carinho na escola e que são tão maltratadas no momento dos
seus direitos, do seu pró-labore.
Então,
eu faço este apelo, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores - e estou
falando em Liderança, que foi cedida pela Verª Maria Celeste -, pois estou
angustiada e preciso falar. Também quero dizer que vocês são muito bem-vindas.
Na semana passada, houve o pronunciamento de todas as Bancadas; elas estavam
muito preocupadas com essa situação, e eu tenho certeza de que a Câmara vai dar
um respaldo legal, cobrando inclusive do Executivo melhores condições de
trabalho para vocês, fazendo com que se acabe com essa injustiça. Obrigada.
(Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Verª Sofia Cavedon.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
senhoras e senhores, a Verª Sofia Cavedon veio aqui na tribuna defender o seu
Projeto em Tempo de Liderança, e fez um elogio à Cootravipa, que foi exatamente
a cooperativa que trabalhou junto com o seu Partido durante os 16 anos em que
esteve na prefeitura, e que deu suporte ao seu Partido. Eu quero dizer, Verª
Sofia Cavedon, que V. Exª, para fazer jus à defesa do seu Projeto, tem que
verificar que a cooperativa, que foi realmente um baluarte do seu Partido
durante os 16 anos, cometeu uma série de falhas e acabou enriquecendo algumas
pessoas que faziam parte do comando daquela Cooperativa. E, muitas vezes, o
Partido de V. Exª defendeu a Cootravipa.
Eu
acho que nós temos que fazer com que haja uma legislação que possa melhorar a
relação com as cooperativas em geral. Agora, não é justo que V. Exª defenda as
cooperativas que trabalham com o seu Partido, e que acuse as outras cooperativas.
Acho que a legislação deve ser feita, Ver. Valter Nagelstein, para que nós
possamos ter um controle maior sobre as cooperativas. Infelizmente, houve um
trabalho completamente desordenado naquele tempo dos 16 anos do PT no trabalho
com as cooperativas. Eu cito a Cootravipa, porque ela era uma cooperativa que
praticamente fazia todo o jogo que o PT queria na Administração; por isso
recebia do PT, na verdade, quase todos os serviços que eram colocados à
disposição aqui dentro do Município.
Então,
acho que tem que haver um controle geral, acho que está errado, e nós já viemos
muitas vezes aqui para criticar a forma como as cooperativas, inclusive,
competem para receberem o serviço nas licitações que são feitas dentro do
Município. Mas, com toda certeza, nós não podemos ficar escondendo as coisas
que já aconteceram, e que envergonharam este Município. As relações do passado
envergonharam o Município com toda certeza. Por causa disso, Verª Sofia, eu sou
completamente favorável ao Projeto de V. Exª, com os reparos que têm que ser
feitos, é claro, para que o Projeto não seja questionado na Justiça, para que o
Projeto possa ter condições de ser colocado em defesa dos trabalhadores nas
cooperativas. Eu estou em defesa deste Projeto, estou apoiando para que ele
possa ser votado hoje, quem sabe com a Emenda já produzida. Se nós não
conseguirmos a Emenda, acredito que tenha que ser feito alguma coisa dentro da
programação das votações dos Projetos, para que o Projeto da Verª Sofia fique
para o final, a fim de não ser prejudicado, já que nós ainda não encerramos o
tempo de discussão e para dar tempo de entrar a Emenda que precisa ser
produzida.
Acredito
que, quando se fala em cooperativa, se analisarmos o passado, veremos que o
passado não é nada santo, e temos que, com toda a certeza, através dessa
legislação, corrigir o presente, mas pensando também naquelas coisas que
aconteceram no passado, para que elas não voltem mais a acontecer. As relações
no Município que colocam em jogo as cooperativas e as empresas normais têm que
ficar mais equilibradas. Deve haver a possibilidade de verificar esta relação
entre os patrões das cooperativas e as pessoas que ali prestam trabalho,
deixando-as numa condição melhor para prestar o seu trabalho.
Nós,
com toda a certeza, vamos defender o Projeto, com as modificações que serão
necessárias, que está sendo apresentado pela Verª Sofia Cavedon, mas não com
esse discurso da Vereadora, porque esse discurso não é real, principalmente
quando ele toca, lá no passado, tentando defender a cooperativa do PT; não é
realmente correto isso que acontece.
Nós
temos que fazer aprovar uma legislação que possa nos colocar à salvaguarda de
qualquer cooperativa que tente fazer jogo em prol de um determinado Partido -
de um ou de outro Partido. Somos favoráveis ao Projeto com a Emenda que vai ser
produzida.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Luiz Braz.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, apenas quero fazer, em forma de encaminhamento, um conserto ao que
falou o Ver. Braz. Quando citei a Cootravipa, Ver. Braz, eu a citei com um
exemplo. Eu fui gestora, e nunca ninguém da Cootravipa foi apoiadora minha, por
exemplo. Eu acho que as ilações que o Ver. Braz fez não estão à altura do
debate que esta Câmara deve fazer em relação aos cooperativados.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Vereadora. Isto não é uma Questão de Ordem.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. Toni
Proença, se a Vereadora Sofia Cavedon quer argumentar, deve fazê-lo da tribuna;
aqui é para Questão de Ordem, e a Verª Sofia usou de maneira errada a Questão
de Ordem. Por isto, eu estou respondendo também de forma errada, para me
contrapor ao erro da Verª Sofia.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Vereador. Já está corrigido o erro.
O
Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre
Presidente; caros cooperados, quero passar-lhes, de antemão, uma informação: a
nossa Bancada já tem trabalhado há bastante tempo numa Emenda que tem o sentido
de garantir os direitos celetistas de vocês, isto é, garantir os direitos que a
Consolidação das Leis do Trabalho deve a vocês.
Eu
quero usar este Tempo de Liderança, Ver. Dr. Raul, também para falar de Saúde,
e para falar sobre coisas que nos deixam bastante preocupados. Atendíamos no
final de semana lá na Restinga, quando nos chegou uma paciente - e eu não tenho
problema nenhum em dizer o seu primeiro nome -, D. Irma, que foi ao Hospital
Conceição com um diagnóstico clínico de câncer do endométrio, câncer da porção
interna do útero. Foi já indicada para realizar uma histeroscopia, um exame que
olha o útero por dentro. As nossas Unidades de Saúde, que têm tanta
dificuldade, em um mês conseguiram encaminhar essa paciente, mas ela chega ao
Grupo Hospitalar Conceição e é dito a ela que ela deve fazer uma nova
ecografia, sendo que ela já havia realizado esse exame há dois meses. E mais: o
servidor que a atendeu lá - que espero seja um médico -, disse que o Hospital
Conceição não dispunha de ecografia. A ecografia é um exame de imagem que olha
a parte interna do útero, e para o Hospital Conceição é como se fosse um
hemograma para as nossas Unidades de Saúde; é um exame singelo e extremamente
simples. Mas quem a atendeu disse que não dispunha desse exame, e postergou o
diagnóstico da D. Irma em mais quatro meses. Encaminhou essa paciente para
retorno em quatro meses, provavelmente ela vai estar nesse período com câncer
de endométrio avançado.
Nós
procuramos coletar alguns dados sobre a situação do Hospital Conceição. A Verª
Fernanda já havia trazido aqui algumas informações, e nós ficamos estarrecidos
ao ver alguns manifestos - até solicito que as câmeras focalizem isto. Esta é
uma Carta Aberta da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição.
(Mostra documento.) “Centenas de cargos para apadrinhados. No GHC, ser esposa
de Vereador, irmão ou ex-deputado, filho de prefeito, ou protegido de
secretários de saúde é credencial para se candidatar a cargos de gestão,
remunerados com altíssimos salários e polpudas FGs, que somados chegam, em
alguns casos, aos absurdos de 15 mil/mensais”. E a Associação que está
promovendo um abaixo-assinado, solicita que o Governo Federal, que é
quem gerencia o Hospital, tenha a sensibilidade de colocar na sua gestão um
perfil, essencialmente técnico.
Eu
acho que aqui, na Câmara, os Vereadores têm que acompanhar com bastante atenção
esse tipo de coisa, porque isso está influenciando diretamente na atenção à
saúde da nossa população, principalmente quando necessita de uma opinião de um
especialista. E depois vem dizer que o problema é a Prefeitura de Porto Alegre
que não tem os especialistas. Então, quando se marca uma consulta para o
Hospital Conceição, o paciente vai lá e é enrolado para, quatro meses depois,
poder iniciar um diagnóstico.
E
uma outra situação que nos deixou extremamente estarrecidos foi observar o
material que foi entregue como Relatório Anual de 2007 do Grupo Hospitalar
Conceição. (Mostra relatório.) Certamente se precisou de muito dinheiro para
confeccionar este material. É um material todo ilustrado, muito bonito, mas o
mais importante, que é o atendimento aos pacientes, que é se dar condições de
trabalho aos trabalhadores que lá labutam, isso é que deve ser levado em conta
e deve ser essencial na gestão de um hospital e do Sistema de Saúde.
Então,
acho que a Câmara tem que acompanhar, como tem acompanhado, Ver. Oliboni, a
questão da Sollus, e vamos acompanhar, como vamos acompanhar a questão da
Central de Marcação de Consultas, a questão da Ulbra, e nós também temos que
acompanhar essa questão do Grupo Hospitalar Conceição. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Ver. Dr. Thiago.
O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, neste momento em que o
País inteiro registra os efeitos da “marolinha”, isto é, aquele tsunami
diminuído a quase zero, que o Presidente Lula anunciou que no Brasil não
ocorreria em função da crise global, a gente discute aqui na Câmara, olhando
pelo final, Ver. Pedro Ruas, a atuação das cooperativas no mercado de trabalho
da Cidade.
Quero
dizer, com toda a sinceridade, que tenho, por exemplo, com a Cootravipa, uma
vinculação acidental e histórica. A Cootravipa nasceu dentro do meu gabinete,
quando eu era Diretor do Departamento Municipal de Habitação, nos idos de 1983,
ou 1982, ou 1984. Na ocasião, eu entendia o que, de certa maneira, eu entendo
até hoje: que o cooperativismo no mercado de trabalho era uma alternativa à
onda de desemprego que já se alastrava na ocasião, Ver. Vendruscolo, e que
tinha como uma das suas causas a excessiva oneração das empresas prestadoras de
serviço na sua folha de pagamento com o grande número de tributos que lhe são
exigidos, que encarecem por inteiro o serviço por ela prestado.
Então,
hoje já se antecipa um debate a respeito do Projeto da Verª Sofia Cavedon,
sobre a atuação das cooperativas do Município de Porto Alegre. Eu não quis
discutir, no outro dia, sobre esse assunto, porque não gosto de discutir o que
não conheço. Procurei ver exatamente o que pretendia a Verª Sofia Cavedon, e
cheguei à conclusão, Ver. Vendruscolo, de que V. Exª tem toda a razão: ela
busca regular, por intermédio de uma Lei Municipal, situações reguladas por Lei
Federal, o que é assinalado inclusive pelo ilustre Procurador do Município que
coloca essa circunstância. Eu sei, e foi assentado na última oportunidade em
que estivemos aqui reunidos, que as Lideranças deveriam concertar entre si algumas
medidas capazes de retirar esses vícios de inconstitucionalidade que a matéria
possui, sem as quais - eu quero, desde já, deixar claro - é impossível a gente
acompanhar a vontade da ilustre Vereadora, que pode ser até meritória, mas até
para fazer o bem a gente tem que escolher a maneira certa, e eu acredito que a
maneira intentada pela ilustre Vereadora viola, por inteiro, dispositivos de
Legislação Federal, e gera uma inconstitucionalidade insanável no presente
Projeto. Acredito que só com muita criatividade e muita inteligência das
Lideranças poderá ser encontrada uma saída do ponto de vista legal, na medida
em que a matéria tem, na sua própria elaboração e até na sua Ementa, esse
malferimento de que nos fala, posteriormente, a Procuradoria da Casa, em
alentado Parecer que alerta toda a Casa dos efeitos que terão a aprovação deste
Projeto que se destina a uma situação pontual e que acabaria por ter
interferência em todos aqueles contratos terceirizados que o Município mantém
de acordo com a Lei que vigora em todo o território brasileiro, e não vai ser,
no Município de Porto Alegre, por uma Lei Municipal, alterado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Reginaldo Pujol.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Ver.
Toni Proença, na presidência dos trabalhos, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, há 38 anos, nesta data, eu assumia
a titularidade do meu primeiro mandato de Vereador. Eu era 1º Suplente e substituía o então Vereador
Jorge Englert, que passava a ser Secretário de Estado, e, na Lei Orgânica
anterior, ao assumir a Secretaria de Estado, ele perdia o seu mandato.
Naquele
dia, no pronunciamento que fiz, eu dizia o seguinte (Lê.): “Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, esta tribuna e este momento constituem para mim uma ocasião de
fundamental importância, eis que, em toda minha vida pública, tenho passado
servindo o Poder Executivo e, hoje, nesta tribuna e neste momento, venho participar
do Legislativo da minha Cidade do coração, venho participar do Legislativo de
Porto Alegre. Portanto, deste momento em diante é que eu posso, realmente,
considerar-me um homem público, e o faço, Sr. Presidente, sem compromisso de
ordem pessoal, sem compromisso de ordem particular. Vou defender, aqui, os
interesses da comunidade, preocupar-me com os problemas da nossa Cidade,
pensando sempre nessa comunidade que precisa solução para os seus
problemas...”. E disse mais do que isso, esse foi apenas um trecho que eu
resolvi citar aqui, agora.
Quero
dizer que, passados 38 anos, eu ainda penso da mesma forma: não tenho
compromisso pessoal com ninguém, tenho compromisso, sim, com a coletividade
porto-alegrense, à qual desejo continuar servindo da melhor maneira possível.
Eu digo, da mesma maneira como quando fiz a minha primeira campanha: eu
oferecia o meu trabalho, a minha experiência, e prometia sempre falar a
verdade. Posso dizer, com tranquilidade, que hoje eu sou muito mais experiente,
porque o tempo nos ensina. E essa experiência está colocada à disposição da
coletividade, e, no meu trabalho, eu continuo com a mesma disposição. A
verdade, eu acho que deve ser a tônica de todos os políticos, deveria ser,
porque é uma questão de inteligência falar a verdade.
Eu
assumi a Câmara com mais 18 Vereadores; na oportunidade havia dezenove
Vereadores. Havia três Comissões: a Comissão de Justiça, à qual eu pertencia; a
Comissão de Serviços Municipais e a Comissão de Finanças. E a Câmara funcionava
muito bem, posso assegurar que funcionava melhor do que hoje com 36 Vereadores.
Na realidade, eram 21 Vereadores, e apenas dois haviam sido cassados.
De
qualquer forma, tenho a convicção de que, ao longo dos 38 anos, procurei dar o
melhor de mim, e vou continuar assim.
Hoje,
casualmente, é um dia que me dá muita satisfação, não pelos 38 anos de mandato,
mas é que o Ver. João Carlos Nedel apresenta um Projeto de Lei que denomina
Júlia Dib um logradouro na Vila da Páscoa, localizado no bairro Rubem Berta.
Acho que até a escolha da Vila da Páscoa é uma coisa muito importante, porque
para os libaneses a Páscoa é a festa mais importante do ano. Eu me sinto,
realmente, satisfeito e feliz, pois qual o filho que não se sentiria orgulhoso,
quando a sua mãe é homenageada? A minha mãe faleceu aos 95 anos; uma criatura
realmente voltada para a sua família, preocupada com o bem-estar dos seus
vizinhos, dos seus amigos, e que me ensinou, desde criança, a ser correto, a
falar a verdade, a não mentir, e me ensinou coisas boas tão-somente.
Portanto,
hoje, para mim, é um dia que fica muito marcado: 38 anos como Vereador, e um
Projeto de Lei do meu colega João Carlos Nedel, denominando Júlia Dib uma rua.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Ver. Dib.
A
Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Solicito
que o Ver. Nelcir Tessaro assuma a presidência dos trabalhos.
(O
Ver. Nelcir Tessaro assume a presidência dos trabalhos.)
A
SRA. FERNANDA MELCHIONNA:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos
assiste, uma saudação especial para as trabalhadoras da Meta, e um compromisso
nosso, meu e do Ver. Pedro Ruas, de solidariedade do nosso Partido, com o
escândalo, com o absurdo que vocês estão passando como trabalhadoras. Não é
possível que trabalhadores estejam sem receber desde fevereiro de 2009, quando
sabemos que na hora de pagar a luz não pode haver atraso; na hora de pagar a
água não pode haver atraso; na hora de pagar uma conta não é permitido atraso,
porque senão pagamos juros; e na hora de negociar o arroz e o feijão para
colocar em casa, não tem papo: tem de ter dinheiro, tem de ser à vista, tem de
pagar. (Palmas.) Obrigada, gurias!
O
engraçado é que o contrato é com a Prefeitura. É, no mínimo, um escândalo que a
Prefeitura tenha contrato com uma Cooperativa, e permita que essa cooperativa
não pague os salários das trabalhadoras.
Então,
a nossa saudação pela presença de vocês, o que nos honra muito, e parabéns pela
luta; ela é muito importante e necessária. Contem conosco!
Isso também nos remete ao debate do Projeto da
Verª Sofia, que permite o cumprimento de garantias básicas para o trabalhador,
que é o vale-alimentação, o vale-transporte, a assistência médica, a
assistência previdenciária. Nós já nos comprometemos, em apoio ao Projeto,
fazendo apenas uma Emenda, que diz o seguinte: é proibido o custo desses
benefícios serem tirados da remuneração dos trabalhadores cooperativados. Por
que insistimos nisso? Porque são corriqueiras - e todo o mundo sabe - as
falcatruas que acontecem em cooperativas que utilizam o nome de cooperativas
para não pagar direitos trabalhistas e direitos sociais.
Então,
além de exigir e defender que se tenha esses benefícios, que seja também
garantido que não saia um centavo da remuneração das trabalhadoras e dos
trabalhadores, porque nós já estamos cansados da falcatrua e dessas empresas
travestidas de cooperativas, que, para baratear e poder explorar mais os
trabalhadores, se revestem de cooperativas e não pagam os direitos
trabalhistas, não pagam os direitos sociais.
Enquanto
isso, assistimos, também, ao discurso do Dr. Thiago, sobre a crise que vive a
Saúde, e são muito interessantes os dados que ele trouxe, e muito triste,
inclusive, a situação dos que dependem do Sistema Único de Saúde. Nós temos
visto um festival de problemas no nosso País com a crise econômica atingindo em
cheio os empregos dos trabalhadores, os juros batendo no bolso da população, e,
enquanto isso, o Senado da República continua no mundo das maravilhas.
Não
é possível - e venho hoje a esta tribuna fazer um desabafo que eu acredito que
a maior parte dos brasileiros gostaria de poder fazer - que a gente silencie na
frente de um Senado Federal que gasta cinco milhões por dia para garantir as
benesses e regalias que acontecem no Senado da República Federativa do Brasil.
Não
é possível que a gente não pense que esses cinco milhões não façam falta para a
Saúde, não façam falta para a Educação, não façam falta para o transporte. Mas
não; hoje eles estão lá para garantir uma Casa que, até março, já gastou 406
milhões de reais. Não é possível que a gente não diga que, no Senado da
República, existem 181 diretores com um salário de 18 mil reais! Esses 181
diretores são para diretorias de elaboração de autógrafos! E o Presidente José
Sarney disse que não sabia, mas 70% dos cargos foram criados justamente na
gestão dele.
Não
é possível que a gente não se indigne com um Senado da República que gasta
tanto, e que, no ano de 2008, aprovou só sete Projetos de Lei - num ano inteiro
- para a República do País! Não é possível que a gente não se indigne, sabendo
que se gastou mais dinheiro para garantir os privilégios desses senhores, entre
aspas - porque, para mim, não têm nada de senhores -, do que foi gasto nos
Ministério das Cidades, no Ministério de Minas e Energia, no Ministério de
Esportes, no Ministério de Turismo e no Ministério de Cultura. Quer dizer,
cultura não é importante, desenvolver as cidades não é importante; o importante
é garantir uma casa que reproduz, ano após ano, mais e mais privilégios. Não é
possível que a gente aceite essa estrutura arcaica, conservadora, criada em
1824, para representar quem? Os fidalgos, os aristocratas, os ricos, os
privilegiados, e é lamentável ver que, depois de 185 anos, o Senado da
República continua assim, inclusive construindo uma cela, dentro do próprio
Senado, para pegar um ou outro que vá fazer algum desaforo no Senado, ou algum
probleminha extra. Pois essa cela, caros colegas, deveria ser para prender um
terço do Senado que está sendo investigado por corrupção, por tráfico de
influências, e, inclusive, por trabalho escravo. Há Senador que é investigado
por trabalho escravo ainda hoje. Que a cela sirva para punir os políticos
corruptos, e não o povo.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Verª Fernanda Melchionna.
O
Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo
Governo.
O
SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Srs. Vereadores, senhoras e senhores
cooperativados, se é que assim a gente pode chamar, na verdade não são
cooperativados; o que nós temos aí é uma fachada, é uma burla à Lei, a que se
dá o verniz de cooperativa, mas que serve somente para que se soneguem aos
trabalhadores os seus direitos garantidos em Lei. Então, os meus respeitos às
senhoras e aos senhores. Quero dizer que não é verdade o que disse a Verª
Fernanda. Muitas vezes ela expressa sentimentos que são nossos, pois somos
brasileiros indignados com o que nós assistimos, com este concerto de
malandragens, em que uns poucos ganham e outros vivem à margem de toda a sociedade,
e nisso ela expressa o que é um sentimento inclusive meu. Agora, às vezes, ela
se excede na crítica e acaba colocando todo mundo no mesmo balaio. Dizer que a
Prefeitura Municipal não tem interesse na situação de vocês, dizer que a
Prefeitura Municipal não tem preocupação e responsabilidade com relação à
questão das cooperativas, por favor, há um excesso, nessa fala, que beira a
irresponsabilidade. O que a Prefeitura tem, e que vocês precisam compreender, é
o seguinte: a Prefeitura está amarrada às leis que estão postas. Se
fizermos uma licitação - aí temos que mudar é a lei da licitação -, se abrirmos
essa licitação e se criarmos, entre outros critérios para a licitação, o menor
preço, vai alguém lá com todas as certidões, com todos os documentos e se
habilita para uma licitação, essa pessoa ganha de acordo com a lei, e não
porque é a vontade da Prefeitura ou do Administrador Público, é porque ele
precisa se subordinar àquilo que está posto e que está estabelecido em lei.
Então, a porta certa em que precisamos bater, em que vocês têm que bater, em
que, nós, Vereadores, temos que, juntos, ir bater, é à porta do Ministério
Público do Trabalho, é à porta da Delegacia Regional do Trabalho, que tem a
incumbência de fazer a fiscalização das relações do trabalho. E o Ministério
Público do Trabalho, sim, deve trazer às barras da Justiça esses que subvertem,
que transformam, que maquilam a Lei, que se apropriam de um espaço, que
competem de forma desigual com empresas que têm que recolher impostos, que têm
que pagar custos trabalhistas e que não pagam.
Olha, com relação a isso, Verª Sofia Cavedon, que é
proponente dessa iniciativa, com méritos, a nós restam dúvidas, ainda, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, não com relação aos bons propósitos, porque as
boas intenções, infelizmente, só não bastam; se elas não tiverem qualidade
técnica, muitas vezes vamos esbarrar logo ali em um obstáculo que, de novo, não
vai resolver o problema de vocês, que é um problema que queremos resolver.
Olha, a Verª Sofia Cavedon, Verª Celeste, passou um
e-mail à Secretaria Municipal da Fazenda, perguntando como estava a
situação dos cooperativados da Cooperativa Meta em relação às escolas do Município.
Qual foi a resposta da Secretaria - portanto uma resposta oficial que eu, como
Líder do Governo, tenho a obrigação de transmitir para vocês? Disseram o
seguinte (Lê.): “... informamos que o encaminhamento da questão que envolve a
Meta Cooperativa está sob a coordenação da Procuradoria-Geral do Município -
PGM...”; portanto está judicializada.
(Lê.): “... com vistas a empreender ações que vislumbrem os direitos da
Prefeitura Municipal, dos cooperativados...” A Prefeitura quer resguardar os
direitos de vocês, isto aqui é uma correspondência oficial! Qual a
responsabilidade que a Prefeitura tem com os cooperativados? É a
responsabilidade pública que ela está assumindo por uma liberalidade, pelos
direitos dos cooperativados e pela continuidade do atendimento às escolas.
Então, meus companheiros do PTB, do PMDB, do PPS, do DEM, do PSDB, Vereadores
da base e da oposição, está interessada, a Prefeitura está interessada, sim.
Agora,
nós estamos propondo o seguinte: nós não podemos votar uma lei, hoje, que seja
absolutamente ilegal; nós não podemos legislar sobre uma coisa que é de
competência federal. Não podemos criar condições aqui para que, amanhã ou
depois, se a Lei for aprovada, Sr. Presidente, ela ser vetada! E aí vai servir
só de ferramenta de demagogia política para alguém que diga que queria resolver
o problema, mas que o Governo Municipal não quis, porque foi lá e vetou a Lei.
Isso nós não vamos permitir; nós queremos resolver o problema das cooperativas
do Município. Nós queremos resolver de forma permanente e de forma que seja de
acordo com a Lei. Portanto, se for uma medida demagógica que, amanhã ou depois,
tenhamos que vetar, não vai haver acordo, Ver. Reginaldo Pujol. Agora, se nós
fizermos uma reunião aqui nas Comissões, na semana que vem, chamarmos a OCERGS,
chamarmos as cooperativas, chamarmos o Ministério Público do Trabalho,
chamarmos a DRT, construirmos uma medida que seja possível colocar aqui na Lei,
e, na semana que vem, nós pudermos votar uma lei que não tenha vícios e que
vocês não continuem sendo iludidos, enganados, e que aqueles desejos e anseios
de vocês possam, enfim, ser da melhor forma atendidos, aí, sim, nós vamos fazer
isso com absoluta responsabilidade. Mas, por favor, não digam que os Vereadores
não estão legislando, que os Vereadores não conhecem os problemas dos
cooperativados, porque não há problema maior, Sr. Presidente, no nosso País, do
que a injustiça social e a miséria. E essas maquilagens que se fazem na Lei
contribuem, de forma definitiva, para que se aprofunde cada vez mais a
injustiça social e a miséria. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Valter Nagelstein.
Havendo
quórum, passamos à
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o
Requerimento de autoria da Verª Juliana Brizola, que requer a retirada da
priorização da Ordem do Dia de hoje do Requerimento nº 024/09, de sua autoria.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que requer adiamento da discussão do PR nº 088/07 por cinco
Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que requer adiamento da discussão do PR nº 085/07 por cinco
Sessões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Apregôo a Emenda nº 03, de autoria da Verª Fernanda
Melchionna, ao PLL nº 211/08.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, solicito que leia a ementa do Projeto que está sendo emendado pela
Verª Fernanda Melchionna.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): É o Projeto
das Cooperativas.
Emenda
nº 03 ao PLL nº 211/08. (Lê.): “Fica acrescida, no final da redação proposta
para o art. 3º, B, do Projeto 211/08, a expressão “vedada a cobrança dos
equipamentos da remuneração dos cooperativados’”.
Em votação o Requerimento, de autoria da Verª
Fernanda Melchionna, que requer dispensa do envio da Emenda nº 03 ao PLL nº 211/08
à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
O Ver. Paulinho Ruben
Berta solicita Licença para Tratamento de Saúde no
período de 24 a 31 de março de 2009.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 4564/08 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/08, que altera a redação dos incisos III e IX do § 8º do artigo
3º da Lei nº 10.360, de 22 de janeiro de 2008. (licenciamento ambiental –
alteração de metragens)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator Ver. José
Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator Ver. Aldacir
José Oliboni: pela aprovação do Projeto.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o PLE nº 038/08. (Pausa.)
Não há quem queira discutir. Em votação o PLE nº 038/08. (Pausa.) O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 038/08.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, o Projeto de Lei
proposto pelo Exmo Sr. Prefeito Municipal altera a redação dos
incisos III e IX do § 8º do art. 3º da Lei nº 10.360, de 22 de janeiro de 2008.
Esta
matéria, Sr. Presidente, versa sobre assunto de relevância, que um Vereador
como eu, que não estava aqui em 2008, tem o direito de procurar saber do que é
que trata esta Lei. Nós vamos encontrar apenas referência na proposição e no
encaminhamento da Exposição de Motivos, que diz que o “objetivo é alterar a Lei nº 10.360, de
22 de janeiro de 2008, que altera dispositivos da Lei nº 8.267, de 29 de
dezembro de 1998, que dispõe sobre o licenciamento ambiental no Município de
Porto Alegre e cria a Taxa de Licenciamento Ambiental.
A presente proposição visa a corrigir as metragens
que equivocadamente constaram no inciso III e IX do § 8º art. 3º, da Lei nº
10.360/08. No inciso III, o Projeto prevê veículos com espessura de até 5
centímetros, ou seja, 0,05 milímetros e não 0,05 centímetros, como foi
publicado. No inciso IX, o Projeto original prevê hastes de iluminação com até
50 centímetros, ou seja, 0,5 metros e não 5 centímetros, como foi redigido”.
São as considerações que se faz neste momento.
Diante disso, Sr. Presidente, não tenho
possibilidade de discutir o mérito desta proposta. Há uma confissão do
Executivo de que houve equívocos. A Liderança do Governo, atendendo solicitação
dos Vereadores, nos entregou, no dia de hoje, documentação justificadora deste
fato, o que nos autoriza a vir a esta tribuna para manifestar o nosso apoio a
essa mudança. Aproveito o ensejo para fazer um alerta, Sr. Presidente: é difícil
para um Vereador chegar... Eu vejo o senhor apregoar “Altera a redação do
inciso tal, e tal”... Tem que se ter muita confiança no Presidente, muita
confiança no andamento da Casa, porque ninguém, em sã consciência, vai saber...
Tanta lei que existe neste Município...
Hoje, pela manhã, V. Exª é testemunha, pedi ao
Vereador-Líder do Governo, e ele cumpriu com esse objetivo. Então vim a esta
tribuna, porque eu nunca vou votar a favor de algo que eu não conheço, e, como
o próprio Ver. Beto Moesch, que era Secretário do Meio Ambiente, no ano
passado, quando foi alterada esta lei, veio me procurar, dando esclarecimento,
eu fico com plena condição de votar a favor, porque, se não tiver esclarecido,
não vou abster-me, vou votar contra, mas, no caso, voto a favor, porque foi
esclarecido.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para encaminhar a votação do PLE nº 038/08.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu quero, na esteira do que disse o nobre
Vereador, com tantos e tantos serviços já prestados à nossa sociedade
porto-alegrense, Reginaldo Pujol, penitenciar-me, junto a V. Exª, Ver. Pujol, e
também junto aos demais Vereadores, e pedir, obviamente, que compreendam - e
tenho certeza de que assim o farão - as minhas limitações.
Nós temos aqui, Sr. Presidente, hoje, na Pauta, 44
Projetos de interesse do Executivo. Desses Projetos de interesse do Executivo,
Ver. Haroldo, em alguns deles, como é o caso do Projeto do Previmpa, que nós
vamos votar nesta semana ou talvez na semana que vem - pedimos o adiamento de
votação -, nós temos ali, Verª Fernanda, em torno de 40 Emendas ao Projeto do
Previmpa.
Então, vejam V. Exas que é meio espinhosa a tarefa de Líder do Governo,
porque é minha atribuição, entre outras, abastecer V. Exas de
informações. Então, para cada um desses quarenta e tantos Projetos, e eu estou
pegando só o Projeto do Previmpa, que tem 40 Emendas, eu preciso, em relação a
cada uma dessas Emendas, buscar os elementos técnicos que eu possa fornecer a
V. Exas para que cada um possa formar as suas convicções e, a partir
daí, fazer o seu voto. Então, obviamente que muitas vezes me faltam elementos,
me faltam argumentos e, por maior esforço que eu faça, certas informações me
passam, me escoam por entre os dedos. Por isso, eu peço vênia e peço a
condescendência de V. Exas, mas eu diria
que, felizmente, aqui não é o caso, Ver. Pujol, porque, na verdade, essa Lei já
foi discutida. Eu compreendo o papel diligente de V. Exª, e, mais do que isso,
reconheço o brilhantismo de V. Exª, a experiência de Vossa Excelência. Estou
falando isso, e as pessoas que me conhecem sabem que eu não falo nada sobre o
que eu não tenha absoluta convicção. V. Exª é um dos Vereadores, junto com o
nosso Ver. Luiz Braz, dos mais experientes da Casa. Está aqui o Ver. Ferronato,
que também tem uma grande experiência; daqueles Vereadores que mais tempo têm
aqui. O Ver. Dib é, obviamente, o nosso decano e, portanto, tem condições,
meios, informações e formação para fazer escola neste Legislativo, para nos dar
orientações, Vereador-Presidente, e todos sabem que é verdadeiro isto que estou
dizendo. E, quando V. Exª busca informações, eu vejo que busca no sentido de
ser diligente com a obrigação de homem público que é. Mas neste caso,
especificamente, Ver. João Pancinha, meu companheiro de PMDB, nós estamos
tratando de uma Lei que já foi aprovada e, imagino eu, discutida à exaustão; e
são algumas pequenas alterações.
Hoje, pela manhã, na reunião de Mesa e de Líderes,
eu fui cobrado pelos Vereadores de mais informações e busquei, Ver. Ervino
Besson - que também é diligente com o seu trabalho -, aquilo que estava ao
nosso alcance, para que pudéssemos dar mais segurança aos Vereadores para que
votassem.
Então, eu queria transmitir somente uma palavra de
conforto e de segurança, quando nós estamos nos encaminhando para a votação, e
fazer um apelo: obviamente, que não desejo cercear a palavra de ninguém, mas
que nós pudéssemos avançar mais rapidamente para votar esta matéria, este
assunto, porque é uma pequena adequação com dois erros que houve na redação da
Lei anterior e que simplesmente delimitam ou esclarecem metragens: um metro,
0,5 centímetros, do Inciso IX do § 8º do art. 3º.
Então, estou apenas fazendo um esclarecimento, e eu
acho que não há maiores dúvidas, pois não altera substancialmente o texto da
Lei, não cria maiores problemas. Não colocamos em rediscussão a Lei,
simplesmente se esclarece e se corrige algo que “passou batido” na votação da
Lei que foi feita aqui no ano passado, já no final de 2008, e que o Ver. Beto
Moesch inclusive acompanhou e trouxe aqui alguns esclarecimentos.
Então, eu agradeço, Sr. Presidente, e gostaria de
pedir e orientar, na verdade - que é também o meu papel aqui na função que
exerço, com muita honra, de Líder do Governo -, os nossos Vereadores Nilo
Santos, Marcello Chiodo, Nelcir Tessaro e Waldir Canal, no sentido de que nós
pudéssemos superar esta matéria e votar favoravelmente ao encaminhamento que dá
o Executivo. Muito obrigado, Sr. Presidente, muito obrigado, Srs. Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Valter Nagelstein.
Em votação o PLE nº 038/08. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. Nº 030/09 – (Proc. Nº 0906/09 – Ver. Aldacir José Oliboni) – requer
Moção de Solidariedade à Comissão Nacional de Anistia dos Trabalhadores
Demitidos da Empresa de Correios e Telégrafos, pela aprovação do PLC 083/2007
no Senado Federal.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o
Requerimento nº 030/09.
(Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 030/09.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, o Ver. Aldacir Oliboni, que há poucos dias homenageou a Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos, no que foi acompanhado por toda a Casa de
maneira uníssona à homenagem, propõe hoje, poucos dias depois, que se faça uma
solidariedade à Comissão Nacional da Anistia dos Trabalhadores Demitidos da
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. Sr. Presidente, uma solidariedade
pressupõe um pleno conhecimento daquilo a que estamos sendo solidários. Eu não
sei quando foram demitidas essas pessoas, por que foram demitidas - deve ter
sido por uma razão muito forte, porque senão o Ver. Oliboni não proporia uma
homenagem laudatória à Direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
como foi proposto há poucos dias. Então, vejam bem que diz aqui: (Lê.)
“...pelos motivos que passo a expor: durante muitos anos, trabalhadores foram
vítimas de pressões, perseguições e demissões injustas. Tais ações buscaram
conter o movimento reivindicatório dessa categoria...” Mas quais foram esses
anos, Ver. Oliboni? Quando foi que aconteceram essas demissões? Qual é o
alcance desse movimento da Comissão Nacional da Anistia dos Trabalhadores
Demitidos da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos? É muito amplo! Eu não
sei, eu não vou me solidarizar. O Ver. João Antonio Dib, que não está aqui
presente, diz que, a respeito de solidariedade, ele vota, mas, com relação a
repúdio, ele não vota nunca. Agora, é o seguinte: eu tenho que ser solidário ao
que eu não sei o que é? Eu disse agora, falando num assunto seriíssimo, por
proposta feita pelo Prefeito da Cidade, que eu não voto coisa que eu não
conheço, não aprovo coisa que eu não conheço e não sou de me abster. Então, se
eu não conheço, se eu não for esclarecido disso, Ver. Todeschini, eu não tenho
outro caminho senão ser coerente com a homenagem que eu fiz noutro dia! Na
ocasião, eu disse que, como liberal, eu contemplava a EBCT como uma exceção,
porque eles são monopolistas, e nós, liberais; somos contra os monopólios. Mas,
considerando os bons serviços prestados, nós aceitávamos aquela presença
monopolista, e todo o mundo bateu palmas, todo o mundo foi a favor do
monopólio, porque a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos estava
trabalhando bem. Agora, nós ficamos sabendo que faz não sei quantos anos que
eles estão demitindo gente injustamente! Eu não sei nem quando é que foi, quem
demitiu, por que demitiu, e em que época isso ocorreu. Por isso eu estou sendo
muito claro; hoje eu estou querendo fixar posição. Voto sempre buscando me
esclarecer, e, quando bem esclarecido, não tenho preconceito, costumo, às
vezes, ser convencido por uma boa explicação, que, por exemplo, espero agora.
Quem sabe o Ver. Oliboni me convença. Neste momento, eu estou manifestando as
minhas dificuldades em acompanhá-lo neste Requerimento de solidariedade. Era
isso, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Reginaldo Pujol.
O
Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento nº 030/09, de sua autoria.
O
SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre
Presidente dos trabalhos, Ver. Toni Proença; Vereadores, Vereadoras, cidadãos
que aqui acompanham a nossa Sessão e pelo Canal 16, o nobre Ver. Pujol provoca para
que eu faça um esclarecimento que é importante, até porque, Ver. Pujol, existe
um Projeto, no Senado, o nº 083/07, que está para ser votado, anistiando os
demitidos dos Correios desde 1987. Isso porque, no passado, acredito que muitos
anos antes também, muitos cidadãos e cidadãs, por exercerem o seu direito de
fazer greve, que é um direito legítimo do cidadão, simplesmente eram demitidas.
Pois esses cidadãos, muito bem recebidos pelo Congresso e pelo Senado,
encaminharam um Projeto de Lei para a anistia a esses trabalhadores, que, por
sua vez, dos mais de 200 demitidos, mais de cem já foram reintegrados. É a
continuidade de um processo de injustiça que aconteceu logo ali atrás e que,
por sua vez, essa diferença, vamos dizer assim, de número de trabalhadores está
dependendo da aprovação desse Projeto de Lei.
E
isso nada tem a ver com a homenagem dos 40 anos à EBCT que nós fizemos aqui,
legítima, de grande repercussão, mas que vem não só reconhecer o trabalho dos
Correios, mas, acima de tudo, fazer mais do que a nossa obrigação de agradecer
àqueles que enobrecem e engrandecem este País.
Da
mesma forma, esses cidadãos que estão aqui, da Cooperativa, que muitas vezes
são demitidos, e as cooperativas alegam justa causa, mas não percebem que são
eles que não pagam os salários em dia, não pagam o vale-alimentação, não dão o
vale-transporte e uma série de coisas. Então, é preciso que se digam algumas
verdades.
Essa
Moção é apenas em apoio a esses cidadãos que estão desempregados, esperando que
esse Projeto seja votado. Assim que for votado, o Ministério do Trabalho
avaliará a reintegração, ou não, caso a caso.
Portanto,
peço a colaboração dos nobres colegas Vereadores e Vereadoras para que possamos
demonstrar claramente que injustiças foram cometidas no passado, mas injustiças
cometidas agora, na nossa frente, aos nossos olhos, jamais poderemos admitir.
Por isto este gesto de solidariedade a esses cidadãos, para que possam ser
reintegrados através de uma lei, é nada mais do que uma justiça sendo feita.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Reginaldo Pujol, o Requerimento nº
030/09, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni. (Pausa.) (Após a apuração
nominal.) APROVADO por 22 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Declaração
de Voto firmada pelo Ver. Reginaldo Pujol (Lê.): “Voto contrariamente por não
estar devidamente esclarecido sobre os objetivos do Requerimento. Assinado:
Ver. Reginaldo Pujol”. Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 5002/08 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/08, de
autoria da Verª Sofia Cavedon, que inclui arts. 3º-A e 3º-B na Lei nº
5.395, de 5 de janeiro de 1984 – que proíbe a contratação de força de trabalho,
em caráter permanente, através de pessoas físicas e de empresas intermediárias
ou locadoras de mão-de-obra –, alterada pela Lei nº 8.319, de 10 de junho de
1999, condicionando o pagamento pela prestação de serviços de limpeza, higiene
e manutenção efetuados nos próprios do Município por cooperativas de trabalho e
determinando que o Executivo Municipal lhes exija equipamentos de proteção
individual – EPIs – dos cooperativados. Com Emendas nos
01 e 02.
Parecer:
- da CCJ. Relator
Ver. Nilo Santos: pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto.
Observações:
- adiada a discussão por cinco Sessões;
- incluído na Ordem do Dia por força do
art. 81 da LOM;
- discutiram a matéria os Vereadores P.
Ruas; A. Sell, B. Vendruscolo, J. A. Dib, D. Raul, B. Moesch, M. Zacher, J. C.
Nedel, E. Besson, F. Melchionna (cedeu
p/ P. Ruas), L. Braz, C. Todeschini, W. Canal, M. Chiodo (cedeu p/ A.
Sell), A. J. Oliboni e N. Tessaro.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em discussão o PLL nº 211/08. (Pausa.) A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 211/08.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
entramos na discussão desse Projeto já com o acordo para que a votação não
fosse hoje. Explico isso às cooperativadas e aos Srs. Vereadores. Nós
conseguimos conversar com o Procurador-Geral da Prefeitura, hoje à tarde, e,
graças à mobilização e à indignação das cooperativadas, o Governo, na pessoa do
Dr. João, está preocupado, sim, com que avancemos na legislação municipal para
proteger mais as trabalhadoras que vierem a ser contratadas por cooperativas.
Nós acabamos fechando uma agenda com o Procurador, para a próxima
segunda-feira, às 11 e meia da manhã, quando ele olhará o Projeto e também
apresentará as medidas que está tomando contra a Cooperativa Meta. Ele fez um
repasse à Meta na sexta-feira, 20 de março, que tinha um recurso a receber - na
verdade, quem tem a receber são as trabalhadoras que trabalharam e foram
lesadas no final de fevereiro -, com o compromisso escrito de que esse recurso
deveria chegar às contas das cooperativadas. Hoje a gente tem notícia de que o
Banrisul pagou uma parte, nós estamos pedindo para o pessoal checar, e o Dr.
João diz que vai abrir processo para tornar essa Cooperativa não contratável
pelo menos por dois anos, o que eu acho que já é muito positivo. E, mais do que
isso, será acelerado o processo de licitação de uma nova empresa, não vão
esperar até outubro, mas o Procurador aguarda a votação do nosso Projeto aqui
na Casa.
Nós
também construímos, com a Bancada do PDT, uma reunião com a Verª Juliana,
Presidenta da Comissão de Direitos Humanos, para terça-feira que vem, às 16h,
para facilitar a participação das cooperativadas, quando nós queremos que
estejam aqui presentes as cooperativas, o Governo, o Ministério Público do
Trabalho e o Ministério do Patrimônio Público. Há um pedido da Bancada do PDT
para cercarmos melhor esse Projeto, para fazermos o debate com o representante
do Governo, e nós esperamos que até terça-feira tenhamos evoluído no sentido de
votarmos na quarta-feira que vem. Então, que esses movimentos junto ao Governo
e junto às entidades responsáveis - e nós queremos isso -, consigam construir
na cidade de Porto Alegre uma proteção real para as cooperativadas. Nós não
queremos impedir que trabalhadores se organizem em cooperativas, mas nós não
vamos passar a mão por cima de nenhuma cooperativa, Ver. Braz, que não funcione
democraticamente. E quando eu trouxe o exemplo da Cootravipa, eu falava do
fundo de amparo que ela tinha, e não do seu total funcionamento, pois eu sei
que ela também tem problemas. Mas segundo as cooperativadas, a Cootravipa nunca
aprontou como as últimas cooperativas têm aprontado diretamente para as
trabalhadoras, a ponto de elas não terem sequer o direito humano de ficar em
casa, um dia, por motivo de doença, por falta absoluta de condições físicas
para trabalhar. Eu lembro, no ano passado, de depoimentos de pessoas que tinham
que trabalhar após a realização de uma cirurgia, porque elas não podiam ficar
sem o recurso do seu trabalho. Para ficar em casa se recuperando de uma
cirurgia, como é que faz? Por exemplo, tem uma funcionária que cancelou uma
cirurgia de tireóide - depois de ter levado dois anos para conseguir marcar -,
porque iria ficar 15 dias sem receber, receberia a metade do pró-labore do mês.
Então,
eu acho que a nossa Câmara vai conseguir algum progresso. Eu pedi, agora, para
a minha assessora distribuir cópias do projeto, eu tenho certeza de que o PTB
tem contribuições para o Projeto de Lei, e nós o votaremos na próxima semana,
depois de discutirmos com o Governo e depois da reunião que teremos na Comissão
de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Acho que a vinda
de vocês não foi em vão, pois as escolas, com as suas crianças, precisam de
vocês! (Palmas.) Eu quero dar esse depoimento, Ver. Valter, porque as escolas
estão fazendo ranchos para as funcionárias poderem ir trabalhar, já que até
ontem elas não haviam recebido. Esse é um drama de toda a escola, porque,
afinal, são funcionárias que têm muita dificuldade de sobreviver depois de um
calote desses. E a gente sabe que para se deslocar até aqui é difícil, porque a
escola está funcionando, precisa preparar a alimentação da noite. Então, a
vinda de vocês não foi em vão. Tenho certeza de que nós vamos evoluir; na
próxima semana a gente dá um passo decisivo, e nesta semana vocês receberão o
que não receberam, ou seja, o que lhes é devido e é de direito. Parabéns pela
luta e obrigada aos Vereadores por assumirem essa luta. (Palmas.)
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Verª Sofia Cavedon.
O
Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLL nº 211/08.
O
SR. NILO SANTOS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras
que nos acompanham nesta tarde, a minha leitura sobre este tema das
cooperativas é que, infelizmente, a maioria, Ver. Ervino Besson - não são todas
-, das cooperativas hoje faz o trabalho que os coronéis faziam no passado. Na
realidade é o trabalho escravo dos dias modernos. Muitas cooperativas têm feito
isso, Verª Sofia Cavedon, eu fui relator na CCJ e dei pela existência de óbice,
porque entendo que esse problema não se resolverá pela Câmara de Porto Alegre,
mas vale cumprimentá-la pelo movimento que está sendo feito. Porque trabalhar
como os cooperativados trabalham sem o retorno que deveriam ter é mão-de-obra
escrava dos dias modernos, dos dias atuais, nada mais do que isso. Isso precisa
ser corrigido? Precisa ser corrigido! As cooperativas precisam ser
fiscalizadas? Precisam ser fiscalizadas!
Inclusive
eu quero dar uma dica de pauta para o jornal Diário Gaúcho, que está com os
seus olhos voltados para esta Casa, para que fiscalize essas cooperativas. Aí
vai uma sugestão de pauta para o próprio jornal Diário Gaúcho, para que
fiscalize essas cooperativas, que acompanhe esse trabalho, para que possa dar
um auxílio para esses cooperativados. A imprensa pode, neste momento, auxiliar
muitos cooperativados indo até lá e fiscalizar.
Então,
dei, sim, pela existência de óbice, porque não vamos conseguir resolver esse
problema dentro desta Casa, Ver. João Antonio Dib, não passa por nós a resolução.
Mas vale, sim, o movimento que está sendo realizado. Muitas cooperativas
precisam se adequar, precisam fazer o trabalho honestamente, porque senão nós
estamos regredindo, estamos voltando ao tempo do coronelismo, em que os
coronéis colocavam as pessoas para trabalhar e exploravam a mão-de-obra. É o
que tem acontecido com muitas cooperativas, infelizmente. Isso merece, sim, uma
investigação profunda; merece, sim, um olhar atento desta Casa; merece, sim, um
olhar atento do Ministério Público, um olhar atendo da imprensa, Verª Sofia
Cavedon. Vai aqui a sugestão de pauta para a imprensa, para que também auxilie
nesse movimento que está sendo realizado neste momento, fiscalizando essas
cooperativas. Saber quem são as pessoas que estão organizando essas cooperativas.
Isso vai ser bom para a sociedade. Isso vai ser bom para as cooperativas que
são honestas e decentes, porque elas terão o seu trabalho valorizado. E as
cooperativas que são desonestas, que não agem com decência, que sejam varridas
do meio da nossa sociedade, que sejam varridas do serviço público, que não
possam mais operar, Ver. Pujol. Até porque as cooperativas que trabalham com
decência precisam ser valorizadas, precisam ser prestigiadas, precisam ganhar
novos postos, e aquelas que não pagam em dia, que não oferecem suporte para os
seus cooperativados, que não oferecem equipamentos de segurança precisam ser
banidas, varridas. E isso, Verª Sofia Cavedon, é consenso nesta Casa.
O
Sr. Reginaldo Pujol: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Cumprimento V. Exª, que
dispensa de eu ir à tribuna. V. Exª fala como eu penso: não vamos punir as boas
cooperativas pela atuação das más.
O
SR. NILO SANTOS: Com
certeza. Agradeço-o pelo aparte. E a Verª Sofia Cavedon sabe que esta Casa,
neste momento, está preocupada em resolver o problema desses cooperativados que
não estão recebendo. Tenho certeza de que esta Casa toda apóia essa iniciativa,
mas nós entendemos que isso deve ser um movimento que deva partir de Brasília.
É lá em Brasília que precisamos começar a consertar a situação das
cooperativas. Lá em Brasília!
A
Srª Sofia Cavedon: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver.
Nilo, eu só quero tirar uma dúvida. V. Exª está entendendo agora que nós não
podemos fazer nada? Eu concordo que há uma legislação federal, mas, se nós
estabelecermos uma regra um pouco mais exigente aqui para o Município
contratar, o que acho que é legal, que é possível, porque o Município cria os
critérios que ele quiser para contratar... Por exemplo: olha, eu quero um
serviço assim... Mas é dentro de escola? Elas precisam de vale-transporte,
precisam de refeição, precisam ter uma assistência médica. Nós podemos exigir
isso. Isso vai dar condições para as cooperativas organizadas e com boas
intenções não competirem com quem quer baixar o preço ao raso, para
superexplorar.
Então,
eu acho que nós temos espaço para ajudar aqui.
O
SR. NILO SANTOS:
Concordo, Vereadora, e sugiro que seja encaminhado, sim, a Brasília para que
possamos resolver isso em nível nacional também. Obrigado, senhoras e senhores.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado,
Ver. Nilo Santos.
O
Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 211/08.
O
SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr.
Presidente dos trabalhos desta Sessão, Ver. Toni Proença; colegas Vereadores e
Vereadoras, senhoras e senhores, prezados cooperativados aqui presentes,
cooperativados entre aspas, justifico por quê. Por que um projeto como este da
Verª Sofia Cavedon gera uma polêmica tão grande, quando ele busca, nada mais
nada menos, do que repor alguns direitos constitucionais aos trabalhadores? Eu
digo cooperativados entre aspas, porque vocês buscaram um abrigo e um apoio
numa cooperativa, mas não são tratados como cooperativados. Cooperativa quer
dizer “trabalho coletivo em cooperação”, é uma empresa social conduzida pelo
colegiado dos seus filiados, dos seus associados. O cooperativismo - que
iniciou em Rochdale, na Inglaterra, que foi levado para outros países da
Europa, sendo que a primeira cooperativa de trabalho da América Latina foi
feita em Santa Maria com os ferroviários - tem um outro princípio, um outro
conceito totalmente diferente destas cooperativas de fachada, que se instalaram
para não repassar os direitos que os trabalhadores têm. Se fosse uma
cooperativa verdadeira, como seria? De todo o recurso que entrasse na
cooperativa teriam que ser retirados os custos administrativos, e o restante
dividido em cotas iguais para todos os trabalhadores que estão prestando aquele
contrato.
Verª
Sofia Cavedon, ao seu Projeto, que tenta reparar um direito, as condições
mínimas de sobrevivência a que os trabalhadores desta Cooperativa têm direito,
eu creio que nós poderíamos construir aqui mais uma Emenda, dizendo que esta
Cooperativa tem que aplicar o princípio do cooperativismo e abrir as contas
desse contrato, para mostrar se o ganho está sendo dividido entre aqueles que
trabalham, porque esse é o princípio do cooperativismo. Se não for isso,
colegas Vereadores e Vereadoras, não é cooperativa. É uma empresa prestadora de
serviços, travestida de um conceito universal, de uma empresa social coletiva,
que utiliza os recursos da legislação vigente, que dá incentivo para essas
empresas e algumas isenções, para poder qualificar e dar oportunidade para que
os trabalhadores se auto-organizem e montem, conjuntamente, a sua empresa
social.
Portanto,
a minha fala hoje é porque eu quero resgatar aqui neste Plenário, e os colegas
que me antecederam já falaram isso, que nós temos, sim, que defender um
princípio, que é o princípio do cooperativismo. E aqui nesta Casa, Ver. Ervino
Besson, há uma Frente Parlamentar do Cooperativismo - que V. Exa coordenou ou
coordena -, essa Frente tem que assumir e pedir para que todos os Vereadores
peçam um raio x dessas empresas fantasmas do cooperativismo. Cooperativa é uma
empresa, mas é uma empresa social que trabalha com todos os seus associados, e,
dos rendimentos que entram na cooperativa tiram-se os custos de um fundo de
administração e o restante se divide em partes iguais com todos aqueles
que trabalharam; que não é o caso dos senhores e das senhoras aqui presentes.
Por isso, na minha fala inicial, quando eu os cumprimentei, eu disse: “os
cooperativados, entre aspas, aqui presentes”, porque vocês são tratados como
empregados, e o princípio e a legislação do cooperativismo são usados para
beneficiar alguns poucos e não a maioria dos trabalhadores, como é defendido no
princípio do cooperativismo, que iniciou na Revolução Industrial, na
Inglaterra, em Rochdale.
Portanto,
temos que resgatar esses princípios; e não afrouxem! Verª Sofia Cavedon, nesta
Legislação cabe mais uma Emenda, que o Executivo obrigue a empresa a mostrar a
prestação de contas com a distribuição dos ganhos entre todos os trabalhadores.
Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Obrigado, Ver. Engenheiro Comassetto.
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento):
Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença):
Solicito a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, solicitada
pela Verª Sofia Cavedon. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.)
Seis Vereadores presentes. Não há quórum.
Não
havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 16h46min.)
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